Crítica sobre o Blu-ray "Blu-ray 3D+Blu-ray" do filme "Godzilla":

Jorge Saldanha
Godzilla Por Jorge Saldanha
| Data: 06/10/2014

A mais nova encarnação norte-americana do célebre monstro japonês Godzilla chega ao mercado brasileiro em duas edições: Blu-ray simples e neste combo que inclui mais um disco trazendo a versão em 3D do filme (além da dispensável cópia digital). Os dois BDs, como de praxe nos lançamentos da Warner, estão acondicionados em um estojo plástico com suporte para o disco adicional, envolto por uma luva que traz, em sua parte frontal, o cartaz do filme com efeito lenticular, simulando o 3D.

A transferência 1080p na proporção de tela 2.40:1, que utiliza o encode AVC-MPEG 4, é excelente, mas a apresentação visual deixa de levar nota máxima por apenas um detalhe: o filme,  intencionalmente, possui um tom escurecido mesmo nas cenas à luz do dia. Sem dúvida, é um Blu-ray esmerado tecnicamente mas que irá exigir alguma reclibragem de sua TV, ou no mínimo terá de ser assistido em um ambiente com o mínimo de iluminação possível, especialmente na versão 3D. A paleta de cores original não é muito variável, e mesmo assim a reprodução de tons de pele, e cores de um modo geral, é vibrante e estável. O nível de detalhamento é elevado, permitindo distinguir as partículas de destroços nas cenas de destruição, bem como as escamas e ranhuras na couraça de Godzilla. Nas cenas mais escuras, onde os monstros estão parcialmente ocultos pelas sombras, poeira ou fumaça, não foram percebidos ruídos ou artefatos digitais. Os pretos são fortes, e mesmo nesses momentos inexiste black crush. Sem surpresa, principalmente em decorrência da opção estilística do diretor Gareth Edwards de abusar da escuridão, a transferência 3D MVC-MPEG 4 é menos impressionante. Como a maioria dos blockbusters que chegam hoje aos cinemas,GODZILLA foi convertido em 3D na pós-produção, e os efeitos pop-up praticamente inexistem. Já o efeito de profundidade é bom, principalmente nas cenas urbanas diurnas. Mazelas frequentes em conversões 3D, especialmente ghosting aliasing, não foram percebidas, e nem anomalias digitais como macroblockingbanding e ringing.

Se algum reparo existe na apresentação visual, no que se refere ao áudio GODZILLA é invencível em sua espetacular faixa lossless DTS-HD Master Audio 7.1 em inglês. Do icônico rugido do monstro, passando pelos sons de destruição e o ameaçador score de Alexandre Desplat, toda a trilha sonora do filme é reproduzida com extrema clareza, fidelidade, envolvimento surround e potência (os graves irão exigir o máximo do seu subwoofer). Se o seu sistema for 7.1 nativo, provavelmente você terá que, frequentemente, reduzir o volume, sob pena de prejudicar sua audição ou até mesmo ser preso por perturbar a ordem pública – não raro, a transição de um segmento mais calmo e imersivo para outro de ação terá consequências, digamos, explosivas. Há também opções de dublagens lossy (Dolby Digital 5.1) em português, espanhol e francês, entre outros idiomas, e legendas equivalentes (os menus simples, contudo, estão apenas em inglês).