Crítica sobre o filme "Doador de Memórias, O":

Rubens Ewald Filho
Doador de Memórias, O Por Rubens Ewald Filho
| Data: 11/09/2014

Fiquei desanimado vendo a bilheteria fraca nos EUA (41 milhões de dólares e já saiu de cartaz) deste filme de bom elenco, bom produtor (os irmãos Weinstein). Famoso nas livrarias (está disponível toda a edição se não me engano de 4 tomos), só depois que descobri que não pertence a atual safra de aventuras sobre distopias mas foi escrito há bastante tempo para uma senhora americana (Lois Lowry) há mais de vinte anos. Parece mesmo que o ator Jeff Bridges fez uma versão amadora da história com o pai dele Lloyd Bridges  (já falecido) e os irmãos, só porque gostava tanto da história (e aparentemente está perdida). Depois disso o filme atual é muito curto (apenas 97 minutos) e pelo andar da carruagem acho difícil fazerem a continuação. Simplesmente porque não é muito comercial, não tem quase ação (as pessoas não brigam, há uma vaga perseguição de avião e só acontece alguma coisa depois de 45 minutos de bla bla bla).

Apesar de tudo não deixa de ter algum interesse esta situação de um mundo a parte que vive fechado e controlado por regras, outra distopia, onde apenas uma pessoa fica sabendo das verdades do mundo, justamente com a futura missão de chegar tudo a um equilíbrio. Mas pensando bem isso não faz grande sentido, a trama é frágil demais. O roteiro em vez de ganhar força vai ficando pueril.  Rodado na África do Sul, o filme brinca em alternar cores, insistindo muito no branco pouco preto para apresentar a sociedade que vive em condomínios iguais, pensando igual, evitando problemas (eu fiquei pensando que Katie Holmes deve ter aceitado o filme porque com certeza lembrou de que por pouco livrou a filha que teve com Tom Cruise de ser obrigada a ser criada em algo parecido e falso). Por outro lado, quando defendem os valores dos prazeres que compensam a vida atual do ser humano (o amor, a música, os casamentos, a dança no deserto!) a gente começa a olhar ao redor, pensar nos Ebolas, nos assassinos religiosos e no caos do mundo presente, que fica até um pouco na dúvida! 

Falta de novidade, falta de ação, ao menos no elenco tem uma jovem israelense linda (Odeya Rush), Meryl com cara de bruxa (bem podia passar sem fazer este né?) e Jeff Bridges, continua a não me convencer.