Continuo desanimado como os possíveis indicados para o Oscar® deste ano. Fora Garota Exemplar, este é o primeiro que tem alguma chance de ser lembrado graças a duas interpretações dignas e nobres dos atores centrais. Robert Downey Jr consegue esquecer os exageros do Homem de Ferro e faz um personagem controlado e eficiente, sem perder suas características. Enquanto Robert Duvall, já aos oitenta e cinco anos que completa no comecinho de janeiro (não mudou nada, ainda o Grande Santini e outros tipos marcantes, apenas varia um pouco na tonalidade. Nem precisa porque continua sendo um mestre no mau humor e frieza com os filhos).
Este O Juiz escrito por Nick Schenk (Gran Torino) e Bill Dubuque (estreante) é baseado em ideia do diretor e de Schenk. A surpresa é ver o diretor David Dobkin, de comédias com Bater ou Correr em Londres, Penetras Bons de Bico, Eu Queria Ter a Sua Vida de repente envolvido num drama pesado, sem alívios românticos, ou sequer um grande mistério policial. Não é nem pretende ser um filme de julgamento ou tribunal. É simplesmente a história de um filho, advogado cínico e rico de cidade grande, acostumado a todas malandragens e falcatruas que volta para sua cidade natal no interior. Ele nunca conseguiu se entender com o pai e de repente tem uma última chance de cuidar dele quando por um lapso num julgamento (obviamente ele é juiz no interior) pode ter cometido um erro grave, pelo qual agora será julgado. Por isso mesmo que eu falei que é um filme ate a moda antiga, em cima de dois excelentes atores, uma metragem farta e as necessárias intromissões familiares.