Crítica sobre o filme "Sonhos de Um Sedutor":

Rubens Ewald Filho
Sonhos de Um Sedutor Por Rubens Ewald Filho
| Data: 13/11/1993

Uma deliciosa homenagem ao clássico Casablanca (de 42) e a seu astro, Humphrey Bogart, começando pelo seu título original (Toque de Novo, Sam). Embora não dirija, o filme pertence a Woody Allen, autor do roteiro (inspirado em sua peça homônima) e astro principal. Ele é um judeu intelectual, crítico de cinema que sonha se tornar um amante tão perfeito quanto Bogart. Quando sua mulher (Anspach, de Montenegro) o abandona, ele pede socorro aos melhores amigos, um casal feliz e comum (Keaton - em seu primeiro filme com Allen - e Roberts). Há então todas as tentativas de se encontrar uma mulher para Woody. Às vezes o próprio Bogart (interpretado por um sósia: Jerry Lacey) interfere, dando conselhos. Há sequências engraçadíssimas, com Woody tentando conquistar Keaton no sofá. Bogart dando-lhe dicas, ou todas as referências a Casablanca. O filme começa com trechos do original ( a sequência final no aeroporto) e termina com recriação da mesma cena, com Woody repetindo todas as frases de Bogart e agradecendo: "Toda a minha vida sonhei em encontrar um momento para repetir estas frases". Uma obra prima, inteligente e engraçada, indispensável.