Crítica sobre o filme "Belo Domingo, Um":

Rubens Ewald Filho
Belo Domingo, Um Por Rubens Ewald Filho
| Data: 20/08/2014

Aquele estilo de drama Francês moderno, que anda na moda e permitiu aqui mais uma experiência da veterana atriz Nicole Garcia (que já está perto dos setenta anos) como diretora! Em vez das tramas serem muito bem armadas, agora tudo parece casual, meio sem querer, mesmo quando passa de famílias muito pobres para outras bem mais ricas. Não aprecio especialmente este tipo de melodrama embarcado, mas nem por isso previsível. O herói é um professor alto e normal, que largou sua família muito rica mas exigente (também antipáticos, pretensiosos e chatos) há muitos anos. Mas agora concorda em procurá-los porque de repente parece ter que assumir a responsabilidade de criar um pré-adolescente. E aquele que era incapaz de ficar mais de três semanas  no mesmo empregado, agora se envolve com uma jovem vulgar e solta (a charmosa Louise Bourgoin, de As Múmias do Faraó, Um Evento Feliz). Ou seja, nada de muito novo, nem as locações poucos comuns em Montpellier, ou Seilh, nos Pirineus.

É verdade que houve um momento que me tocou quando aparece já muito senhora a lendária Dominique Sanda, que foi a Greta Garbo de sua época , musa de Bertolucci e que faz a mãe do herói, de forma até comovente (ela chega a convencer como a megera de duas faces). É verdade que o final podia ter uma conclusão mais forte, menos aberto.  Mas o que fazer quando hoje parecem que as pessoas não gostam mais de explicações ou justificativas. É porque é, vale porque vale, se esbofeteiam muito de passagem e pronto... tudo cada vez mais passageiro e sem interesse...