Posso ainda estar sendo vitima da primeira impressão, mas eu sai entusiasmado deste penúltimo filme da série, que mesmo sendo vitima do problema de ser o filme do “meio”, me pareceu o melhor da série, ao menos até agora. É tenso, não cansa, faz tudo na medida certa. Confirma mais uma vez que Jennifer Lawrence é uma grande figura. Bonita, boa atriz, mergulha de cabeça num papel cada vez mais difícil. Acho que muito ajudada para uma direção precisa de Francis Lawrence (o mesmo das anteriores) e uma história que ficou mais tensa perto do clímax. Para ser chato, talvez eu preferisse que o filme se encerrasse alguns minutos antes num pequeno susto (que termina num escuro) e não precisa se prolongar um pouquinho a mais, que no fundo não leva a lugar nenhum.
Como nada na vida é perfeito, os parceiros dela não brilham tanto. O galã Liam está neutro e sem vibração mesmo tendo Katniss em seus braços e Josh (Peeta) tem uma participação ingrata, que o fez emagrecer (ele passa a maior parte do tempo prisioneiro e sofrendo lavagem cerebral, teve que emagrecer e não conseguiu resolver o grau de emoção que deveria passar.Difícil se convencer com ele!).
Por outro lado, os coadjuvantes funcionam bem. Elizabeth Banks faz a figurinista Effie agora mais simpática e com muita habilidade não se percebe a ausência de Philip Seymour Hoffman, que faleceu antes de terminar sua participação. Ainda assim está presente nas horas adequadas. Quem rouba praticamente o filme junto com Jennifer é a grande Julianne Moore (pela primeira vez na série), que esta vivendo um grande ano (foi melhor atriz em Cannes por Mapa para as Estrelas e está sendo louvada por Still Alice, quem sabe este será o ano que levará o Oscar. Já estava na hora. Julianne dá a medida certa de doçura e olhar materno como a Presidente Alma Coin, que dirige a resistência aos ataques quando se instaura definitivamente a Rebelião.
Mas justamente o que mais me surpreendeu é que um filme comercial como este, feito para jovens adultos, tenha uma mensagem tão contundente contra os ditadores, nenhum em particular, mas todos em consequência. E a luta dos habitantes cansados de sofrerem chega a ser empolgante quando se observa o mundo atual que sempre cai na mesma cantilena de governos não democráticos se espalhando pelo mundo (Rússia, China, Coréia, Venezuela, Colômbia, Argentina e assim por diante).
E se poderia ter sido apenas o primeiro a tocar no assunto também Jogos tem o mérito de ser também o melhor deles. Uma pena termos que esperar ainda um ano para se ter a conclusão da Saga. Mas desde já aguardo ansioso como os fãs.