Crítica sobre o filme "Cinquenta Tons de Cinza":

Edinho Pasquale
Cinquenta Tons de Cinza Por Edinho Pasquale
| Data: 11/02/2015

Mais um filme baseado em Bestseller que deverá lotar as salas de cinema, mas sem motivo algum além da sua própria fama. Se você é deste planeta deve ter ouvido falar do livro de suas ousadias sexuais, principalmente voltada para o público feminino mais desavisado. A trama por si só é uma história até “corriqueira”, do ser humano macho que quer dominar sua fêmea. O ingrediente supostamente “secreto” é que o garanhão é rico e bonitão, a menina uma teoricamente frágil e inexperiente. Conseguirá o garanhão satisfazer seus prazeres e dominar a sua presa, com requintes de crueldade moral e mental? Ela será uma presa submissa ou dará o troco? Pasmem, esta historinha que já foi contada milhares de vezes de forma muito melhor, foi (e ainda é) sucesso mundial, graças ao tal livro. Já o filme...

É tudo muito “propaganda soft chic”, daquelas que vemos aos montes na TV, com casas e cenários internos pseudo sofisticados, clean, cheios de meia-luz, em prédios suntuosos com vista para a cidade. O galã é bem blasé, o ator Jamie Dorman (que veio de séries de TV, principalmente The Fall) tem aquela carinha de menino rico, com ar de comigo-ninguém-pode, totalmente inexpressivo, ou melhor, sempre com a mesma expressão, empolado. A mocinha é feita por Dakota Johnson, a qual tem uma carreira quase obscura, cujo título mais conhecido é Need For Speed (!). OK, fez pontas em Rede Social e Anjos da Lei, mas quem se lembra dela? Aliás, este é o problema. Também é bonitinha, mas dificilmente passa por uma garota recém se formando, pura e ingênua. E o pior de tudo: não combinam, não há química entre eles.

Já quem espera algo mais picante, com cenas sexuais quentes, vai se decepcionar. Claro que tem bastante nudez, com cenas que insinuam sexo, mas nada muito pesado como o tema poderia sugerir. Nada explícito. Nem mesmo as “palmadinhas” são bem feitas, eróticas para quem gosta do gênero. Pelo contrário. Fica a anos-luz de Ninfomaníaca, neste aspecto. Parece que os atores limpam o cenário e pedem com licença pra fazer sadomasoquismo, com o famoso (pra quem leu o livro) quarto vermelho mais parecendo um museu com peças quase todas no seu lugar, mantendo o clima soft chic.

Resumo: não embarque nesta, o galã está longe de ser um Richard Gere apara o público feminino (especialmente para as brasileiras, que o adoram), nem a mocinha é uma Julia Roberts. Para os mais novos, até o datado 9 e Meia Semanas de Amor é mais interessante em todos os aspectos. Já para as mulheres que adoraram o livro, fiquem com ele, pois a imaginação as levará bem mais longe do que as cenas deste filmeco.