Crítica sobre o filme "Kingsman: Serviço Secreto":

Rubens Ewald Filho
Kingsman: Serviço Secreto Por Rubens Ewald Filho
| Data: 04/03/2015

Para competir com os filmes do Oscar® e os Tons de Cinza, os americanos colocaram justamente este filme britânico só conhecido por seu trailer divertido e movimentado. E deu certo: continua indo bem em sua terceira semana com 85 milhões de dólares nos EUA (para orçamento de 81!) e já 124 milhões no mercado externo. Nada mau para um filme que eu temi que esbarrasse num caso sério, a falta de memórias ou conhecimento das pessoas, mesmo quando se trata de satirizar basicamente as aventuras de James Bond.

O sucesso se deve sem dúvida ao diretor inglês Matthew Vaughan que foi produtor de Guy Ritchie (Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes, Snatch e filmes como o novo Quarteto Fantástico). Como diretor, estreou com Nem Tudo é o Que Parece (Layer Cake, 2004), com Daniel Craig, Stardust, o Mistério da Estrela, além de Kick-Ass I e II. Fez ainda X Men Primeira Classe e brigou com produtores largando vários filmes no começo (como Thor). É casado com a modelo Claudia Schiffer. Deixou Dias de um Futuro Esquecido para fazer este filme.

Inspirado num Comic Book homônimo de Mark Millar e Dave Gibbons, o filme teve problemas com censura na Inglaterra (reduziram a violência e Vietnã, tiraram a sequência da Igreja). Usando um figurino caprichado, com as melhores marcas de vestuário masculino, o filme é bem britânico (e por isso ajuda saber um pouco da cultura deles) e no fundo uma sátira ao seu estilo de vida e pensamento. É também o papel mais adequado recente para o ator Colin Firth (que faz oitenta por cento de seus stunts) e com a ambição de se tornar uma franquia!

Segundo o diretor é uma carta de amor não apenas a James Bond, mas a Caçadores da Arca Perdida, Ipcrss, Arquivo Confidencial (com Caine, que está aqui ), as séries O Homem da Uncle, The Prisoner, e Flint Perigo Supremo. E achei que acertou na escolha do jovem protagonista, Taron  Egerton (fez outros filmes mas não passaram aqui).

É interessante para curtir melhor o filme saber o que está escrito no Gentleman´s Guide, com as regras: um Cavalheiro nunca conta suas conquistas, assuntos privados, os seus negócios ou de qualquer outra pessoa; 2) não entra em conflito em público com inimigos nem usa roupas ou cores ou estilos fora de moda; 3) um cavalheiro está sempre a servir, abrir portas, pagar uma conta, ou chamar um taxi. Não pode recusar ajuda; 4) nunca reage com grosseria. Finge que não percebeu e age como não tivesse acontecido; 5) sempre está pronto para citar fatos interessantes, frases espertas, e trazer nas conversas o lado melhor de cada um; 6) faz sempre perguntas incisivas para manter a conversa viva, fazendo-a sentir que é a pessoa mais interessante que ele já encontrou mesmo que não seja verdade.

Basicamente a história é sobre essa super organização secreta de espiões Kingsman que recrutam um rapaz Eggsy sem classe mas promissor colocando-o no programa de treinamento da organização super competitivo. Para enfrentar outro gênio do mal. Já foi dito que o filme é o anti Bourne, recuperando a sofisticação e o humor de James Bond. Ou seja, voltam as geringonças, os truques, as mulheres bonitas, as piadas de duplo sentido, vilões megalomaníacos, ou seja, volta a ser divertido. “Fun” como dizem os americanos. Está certo em ser um tributo aos filmes de espiões, mas alguns podem achá-lo violento demais. Eu sugiro que experimente e se divirta.