Crítica sobre o filme "Corações de Ferro":

Rubens Ewald Filho
Corações de Ferro Por Rubens Ewald Filho
| Data: 05/02/2015

Foi o próprio Brad Pitt quem produziu este drama de Segunda Guerra Mundial de orçamento generoso (68 milhões de dólares) que foi apenas razoável nas bilheterias americanas (82 milhões nos EUA e mais 172 no resto do mundo). Enquanto sua mulher Angelina Jolie fazia um filme sobre o mesmo assunto, parece que Pitt resolveu partir também para o gênero que lhe tinha sido tão simpático em Bastardos Inglórios.  Mas logicamente lhe falta um Tarantino e uma razão mais forte para fazer um drama sobre tanques, que não traz nada de novo (ao contrário, parece ter sido feito num limbo, sempre clima sombrio, trágico, com os atores se divertindo em se sujarem). A ação se passa nos últimos meses da Guerra quando as tropas americanos já estão atravessando a Alemanha na primavera de 1945. Pitt faz o Sargento Don Collier (Wardaddy é o apelido), mas graças a mediocridade do diretor Ayer o filme é literal e sem brilho (Ayer fez Tempos de Violência,  com Christian Bale, 05, Os  Reis da Rua, 08 com Keanu Reeves, Marcados para Morrer, com Jake Gyllenhaal, 12 e Sabotage com Schwarzernegger, 14,  acho que ainda inédito aqui!).

Basicamente o filme segue o tanque Sherman, apelidado Fury, com sua equipe de cinco pessoas, incluindo um soldado novato (Logan). Não há preocupação em esconder a violência ao contrario. Os nazistas são castigados, algumas mortes são detalhadas. Mas parece que a intenção é retomar o velho tema do cinema, que é mostrar homens lutando juntos, que se unem diante do perigo em comum. Ainda mais num espaço tão confinado quanto o de um tanque. Eles são basicamente O Bíblia (Shia, cada vez mais metido e estragando sua carreira), o Gordo (Peña), que é mexicano de origem, Coon Ass (Jon, que veio do Sul dos EUA)  e mais Norman (Logan) recém chegado e que não teve a chance ainda de ganhar apelido. 

Veterano desse gênero de filme, tive dificuldade de encontrar ideias novas, nem mesmo no fato de que soldados nazistas recolhessem crianças (se os pais reclamassem os matavam também) para participar dos últimos ataques obedecendo a ordem do Fuhrer de que todos devem lutar até a morte. Não sei se ainda existe ainda aquele antigo tipo de fã de cinema que gostava do gênero. Até porque já fazem 70 anos do fim do conflito e os atuais são muito mais explícitos (embora possivelmente morram menos gente). De qualquer forma me pareceu que é o tipo da história antiquada e descartável. Não há toa que não teve qualquer premiação.