Crítica sobre o DVD "Obras Primas do Cinema - 255 Min." do filme "Godzilla - Origens: Godzilla, Godzilla O Rei dos Monstros, O Monstro do Mar":

Jorge Saldanha
Godzilla - Origens: Godzilla, Godzilla O Rei dos Monstros, O Monstro do Mar Por Jorge Saldanha
| Data: 26/08/2015

A independente Obras-Primas do cinema chegou aparentemente disputando o mesmo nicho da Versátil, ou seja, para lançar filmes clássicos ou cults ignorados em nosso mercado de home video pelas grandes distribuidoras. Um dos seus primeiros e mais caprichados lançamentos é este GODZILLA – ORIGENS, que sai em uma embalagem digistack, enluvada, que inclui dois DVDs de dupla camada (região livre) e cards dos filmes nela contidos. Infelizmente, como as antologias da Versátil, apesar da ótima apresentação também este é um lançamento apenas no ultrapassado DVD, apesar da edição que lhe serviu de base estar disponível em Blu-ray lá fora. A matriz desta antologia é o BD lançado nos EUA pela Criterion que inclui GODZILLA e GODZILLA: O REI DOS MONSTROS (disco 1), de onde veio a maior parte dos extras presentes e até mesmo a cabeça do Godzilla que sai para fora quando abrimos odigistack, com a adição de O MONSTRO DO MAR (disco 2), até agora disponível por lá apenas em DVD mas que será relançado em BD no início de outubro. Assim, poderíamos ter também uma versão em Blu-ray, que incluísse O MONSTRO DO MAR como um extra em resolução SD (o que parece mesmo ser, tanto que está no mesmo disco do material suplementar principal).

Quanto à qualidade técnica, ela apresenta algumas variações de filme para filme, mas a grosso modo é similar em todos os casos. Os três longas, rodados em preto e branco originalmente na proporção de tela 1.37:1, possuem transfers adaptadas para fullscreen 1.33.1. Ou seja, há alguma perda de informação visual, mas ela é mínima. Todos os filmes foram restaurados mas empregam muitas cenas de arquivo reais, e nelas podemos notar sujeiras e riscos consideráveis. Nas demais temos qualidade e níveis de detalhe muito bons para uma resolução 480p, tanto que as deficiências dos efeitos visuais históricos tornam-se bem evidentes. Na remontagem norte-americana de GODZILLA, as cenas com Raymond Burr são limpas e claras, enquanto as do filme original estão um pouco mais escuras e possuem danos de película mais evidentes. Quanto ao áudio, as faixas originais em inglês, apesar de constarem como Dolby Digital 2.0, são todas mono, como originalmente gravadas. Diálogos e trilhas musicais, na maior parte do tempo, são reproduzidos com qualidade satisfatória, e os graves, como seria de esperar, são limitadíssimos. Mais uma vez é a remontagem norte-americana de GODZILLA que é a mais deficiente, por trazer um áudio com volume mais baixo e menos potente. Já O MONSTRO DO MAR é o único que inclui uma dublagem em português – a mesma ouvida originalmente na TV. Quanto às legendas, são amarelas e de bom tamanho, porém a Obras-Primas tem de caprichar mais na revisão. Além de alguns erros de grafia, por vezes são usadas gírias modernas, e a tradução às vezes é pior que a de muitas legendas baixadas da internet. Há um momento de GODZILLA: O REI DOS MONSTROS em que alguém fala “They’ve reached the bottom” (eles chegaram ao fundo), e na legenda se lê “Eles precisam chegar ao botão”… hilário.