Crítica sobre o filme "X-Men: Apocalipse":

Rubens Ewald Filho
X-Men: Apocalipse Por Rubens Ewald Filho
| Data: 19/05/2016

Tenho uma especial simpatia pelos personagens de X-Men, que sempre considerei mais profundos e inteligentes que outros companheiros seus da mesma Marvel. Mas deve ser mero gosto, porque pela quarta vez sob a direção de Bryan Singer numa franquia que já existe há 16 anos desde 2000. Na verdade embora não tenho qualquer sentimento especial sobre seu trabalho, ele aparenta estar mais maduro e sabe melhor resolver as cenas de ação e efeitos especiais (que aqui por sinal existem em profusão!). Até porque não se contentam em colocar amigos apenas em lados opostos de conflitos, mas lidam com assuntos mais sérios e importantes, que vão desde o Holocausto de judeus, a infiltração de políticos e militares que insistem em interferir com os mutantes, ou aqueles que são diferentes, permitindo assim abrir um mundo de interpretações. Qualquer um de nós que fugir das regras cardeais, somos de certa forma próximo deles. Ou seja, o status social só admite aquele que for igual a maioria! Vai ver que é por isso que eu aprecio mais este heróis que tem ambições e propostas maiores e mais profundas do que o super herói de rotina.

 E desta vez vão ligar logo com o temido e tão falado Apocalipse, começando com imagens alucinantes daquele que é o grande vilão do filme e quadrinhos, que é aquele chamado de Em Sabar Nur (mas podem chamá-lo de Apocalipse!). Embora realmente pareça um pouco um remanescente do Blue Man Group e tenha ficado hibernando 5.600 anos. É interpretado por um convincente mas irreconhecível Oscar Isaac, ator guatemalteco, hoje famoso depois de Inside Lwelyn Davis, do Irmão Coen, 13, Star Wars o Despertar da Força, 15, Ex-Machina, 15, O Ano Mais Violento, 14, e a série de TV Show Me a Hero, 15. O fato de estar quase irreconhecível não diminui sua presença, apesar de Michael Fassbender se reabilitar da bobagem que foi Steve Jobs e assume ser Magneto, complexo e contraditório. E também James MacAvoy tem o papel estelar na criação de um Professor Charles Xavier, já de cadeira de rodas e com a maior responsabilidade na trama. Estamos tão acostumados ao estrelato e personalidade de Jennifer Lawrence, que ao retornar como Raven/Mystique deixa um pouco a desejar. Queria-se mais, ela merecia melhor. O que é compensado por um bando de novos mutantes, dentre os quais eu aprecio mais a Jean Grey jovem que foi importada de Game of Thrones onde ela é Sansa Stark. Ou então o ligeiríssimo Quicksilver ou Peter Maximoff (feito por Evan Peters revelado em Dias de um Futuro Esquecido), o sempre simpático Nicholas Hoult (Beast agora famoso depois do último Mad Max) e sem esquecer um famoso personagem que acaba não sendo creditado (mas teria a ver com a pequena sequência do final, que desta vez só vai aparecer bastante tarde, depois de todos os letreiros!). Mesmo assim não saiam logo do cinema, espere a intricada cena.

Curiosamente as reclamações dos críticos são semelhantes com as do atual Capitão America, ou seja, uma superprodução com esplêndidos mas exagerados efeitos visuais e trilha musical extravagante, mas que parece exagerar no excesso de personagens, gente demais, situações demais, parecendo reunir o máximo de mutantes possível. E quando Apocalipse quer se exibir se dá ao luxo de reunir todo o estoque de mísseis nucleares do mundo enviando-os para o espaço. Francamente não consigo compartilhar esse ponto de vista de que o filme é “too much” e peca pelo exagero. Assisti com interesse, envolvido com os personagens e sem um piscar de olhos. Será que acabei apenas um fã? Espero que não seja tão simples e banal, e que o X-Men tenha mesmo mais textura e mais algo a dizer do que outros do gênero.