Crítica sobre o filme "Manchester À Beira-Mar":

Edinho Pasquale
Manchester À Beira-Mar Por Edinho Pasquale
| Data: 16/01/2017

Confesso que nunca fui muito fã de Casey Affleck, até porque sua carreira foi até menos importante, sempre à sombra do irmão, Ben.  Mas eis que aqui ele tem a sua redenção, pelo menos para mim. Sempre achei Michelle Williams uma boa atriz, mas longe de ser uma diva. Graciosa, não compromete, apesar de suas indicações e premiações. O diretor Kenneth Lonergan pouco conhecido, com poucos trabalhos, mas eficiente. Ou seja, não tinha grandes expectativas. Mas não é que me surpreendi?

Explico: a trama vai se construindo aos poucos, devagar (para que gosta de filmes frenéticos não serve!), com o personagem de Casey, um inicialmente apenas zelador de prédios sendo revelado aos poucos, numa história que vai nos envolvendo. Sua personalidade vai sendo construída, assim como sua história, onde aparecem outros elementos que certamente mantém a trama, inclusive na certeira presença de Michelle. E da revelação de um ator de 16 anos, Lucas Hedge. Casey faz Lee, um sujeito amargurado que tem na morte se seu irmão uma reviravolta na sua vida. Ele tem que lidar com sentimentos que renascem do seu passado, além de ter que conviver com o fato de que seu sobrinho (e seu cotidiano de adolescente) dependerá dele.

Mas a lentidão não incomoda, instiga. Até que ficamos sabendo do porquê da inicial apatia de Casey, em revelações surpreendentes. Sempre apoiado pelos coadjuvantes, ótimos. Com ótima fotografia e direção de atores (que tem ainda uma ponta deMatthew Broderick!). Não quero revelar muito da trama, pois estragaria o filme. Fico apenas com a impressão de que é um filme impactante, nada fácil para os padrões atuais, mas para quem gosta de um bom filme baseado na construção de personagens e revelações, cada uma a seu ritmo, se trata de um belo filme, sensível e até emocionante.