Crítica sobre o filme "La La Land: Cantando Estações":

Edinho Pasquale
La La Land: Cantando Estações Por Edinho Pasquale
| Data: 17/01/2017

Quer saber a verdade? Eu gosto sim de filmes à moda antiga, com certo enredo, mesmo que piegas, romântico. Dito isto, vamos aos fatos. Se trata de um musical, que não agrada a todos, com uma história romântica que foge dos blockbusters de filmes de ação, quadrinhos e que tais. Isto deve afugentar talvez mais da metade do público atual dos cinemas. E daí? O que importa é a diversidade, a divergência (e porque não a convergência) da história, de velhos e bons tempos do cinema e de seu contexto.

A dupla de atores principais não é exímia em cantar, mas não incomoda, ao contrário, agrega pela sinceridade e emoção. Se Emma Stone não é um exemplo de beleza, pouco importa. Seu parceiro Ryan Gosling (de Drive) compensa o fato, segundo o público feminino... Mas que funcionam juntos, isto é certo.

O filme começa retratando uma das cenas mais comuns em Los Angeles, um engarrafamento de trânsito, que já tem um número musical exuberante (e que serviu de introdução no Globo de Ouro do ano). A partir daí se desenvolve a trama, mostrando os personagens principais começando suas histórias, com uma excelente marcação de tempo através das estações do ano. Ambos tem suas ambições e personalidades, sendo mostradas aos poucos, numa reveladora direção de arte que impressiona.

Com a fotografia exuberante, esta construção do romance vai se construindo com belas canções e com uma trilha sonora igualmente fascinante. Um romance à moda antiga, inclusive nas suas referências, que vão de Ingrid Bergman até os sapateados de Fred Astaire e Ginger Rogers, dentre outros, como Cantando na Chuva, passando por James Dean e até de certa forma ás edições de Nasce uma Estrela! E que retrata a fascinante Los Angeles, em cenários fantásticos, seus grafites, sua história (descubra se for capaz... Casablanca, Barbra Streisand, Rialto, David Hockneye e muito mais...) e de atualidade.

Me rendi a corrente que acha que o filme é um dos melhores filmes do ano, mesmo sendo “água com açúcar”, que encanta e emociona aos fãs dos verdadeiros filmes que vão muito além do mundinho de super heróis (nada contra!)... Tem espaço para todos e este aqui será memorável, a ser assistido diversas vezes!