Crítica sobre o filme "Sessão Especial Jerry Lewis & Dean Martin: O Meninão, Ou Vai ou Racha":

Rubens Ewald Filho
Sessão Especial Jerry Lewis & Dean Martin: O Meninão, Ou Vai ou Racha Por Rubens Ewald Filho
| Data: 04/09/2017

O Meninão

O estúdio da Paramount e seu executivo Hal Wallis, que tinham os direitos exclusivos da dupla Martin e Lewis, usavam como recurso básico simplesmente refilmar histórias que eles tinham em seu arquivo e agora feitos com outros atores famosos. Originalmente chamado de The Major and the Minor, 42, foi um dos maiores sucessos da carreira de Ginger Rogers inclusive dirigida pelo brilhante Billy Wilder e chamada A Incrível Suzana (curiosamente também traz no elenco a jovem Dianna Lynn, outra estrelinha do estúdio que retorna ao personagem 13 anos depois). No original Ginger fingia ser um adolescente, ou seja uma figura muito jovem, enquanto Jerry finge ser um garotão, daí o titulo nacional. Isso porque existe um assassino atrás dele e logo feito por Raymond Burr (famoso na TV pela série Perry Mason mais conhecido também pelas figuras sinistras, em Janela Indiscreta e Um Lugar ao Sol. Por causa de um diamante, Jerry é obrigado a se disfarçar de garotão e vai parar numa escola de moças, Foi rodado no sistema VistaVision e a cores. Como o filme anterior era um clássico muito engraçado este aqui não fica muito atrás.

Ou Vai Ou Racha

Esta foi a última comédia em que trabalharam juntos Dean Martin e Jerry Lewis, naquela época já brigados e sem condições de reconciliação. A produtora Paramount que tinha contrato com eles fez um acordo de dois últimos filmes, enquanto eles deixariam sequer de se falar durante anos (só quando Dean ficou muito doente, Jerry conseguiu um jeito de furar um show dele e abraçá-lo. Dean não ficou satisfeito mas disfarçou. Nunca se soube exatamente a razão da briga, mas a lógica é que Jerry roubava o estrelato e deixando Dean com a fama de canastrão e que não passava de um cantorzinho de musicas italianas!). O filme foi dirigido pelo grande Frank Tashlin (1913-72) que era muito influenciado pelos desenhos animados e trabalharia varias vezes com Jerry. O primeiro e anterior foi Artistas e Modelos, com Shirley MacLaine (que depois seria namorada de Dean) e também com a sueca Anita Ekberg (1931-2015), finalista de Miss Universo contratada pela Universal, mas que só fez papeis pequenos até ser consagrada por Fellini para La Dolce Vita. O curioso é que não se percebe muito a animosidade entre os atores, já que os personagens agiam sempre assim em fitas anteriores. Dean gostava muito de Pat Crowley, estrelinha da Paramount que fez parceria com Jerry neste filme e A Barbada do Biruta (53).

A historia é básica: Dean é um cantor que não consegue pagar um sujeito a quem deve dinheiro e acaba dividindo um carro de luxo, conversível com um maluco absolutamente fanático por Anita. Produção de Hal Wallis que é uma sátira a Hollywood, mas leve e superficial. 6 canções da dupla Fain e Webster. Destaque também para um cão dinamarquês enorme. Apesar de todas as crises nos bastidores, o filme foi sucesso e continua a ser divertido.