Este é o terceiro e aparentemente último filme da trilogia de Planeta dos Macacos, que fez surpreendente sucesso de público nos EUA (118 milhões de dólares de público, somente na segunda semana) e foi uma unanimidade de crítica, o que na verdade ajudou muito a carreira do diretor Matt Reeves, o mesmo do filme anterior da série, mas que graça a este, foi contratado para não apenas realizar o novo filme de Batman para a Warner como cancelou o roteiro planejado antes com o ator Ben Affleck (para sua humilhação). Ao mesmo tempo a crítica saudava o terceiro filme como um caso raríssimo de O Retorno de Jedi, Toy Story 3, O Senhor dos Anéis - O Retorno do Rei, contrabalançando fracassos na trilogia que teria sido o caso de Terminator 3, Homem Aranha 3 e X Men 3 (a opinião não é minha, mas da imprensa externa!).
Segundo eles, toda a série é um exemplo de paciência, até porque desde o primeiríssimo ainda com Charlton Heston, já se sabia que eram os Macacos que iriam tomar conta do Planeta . Mas se houve alguns deslizes, também com o tempo a tecnologia conseguiu realizar incríveis mascaras e roupas de Gorilas para partir para novas trilogias. E foram contando a evolução num ritmo até lento, compassado, passo a passo, que também serviu para dar tempo para a tecnologia não apenas tornando os animais mais simpáticos e humanizados mas principalmente lhe deram gestos e expressões praticamente humanas. Embora alguns humanos também fossem vilões (Gary Oldman, aqui a presença maligna do Coronel de Woody Harrelson, um ator que vem crescendo de filme a filme!). Este terceiro e aparentemente último filme consegue o que parecia impossível, fazer o público, o espectador torcer pelos gorilas, pelos macacos, que como tempo se tornaram mais humanos, vejam que ironia!
Parte desse feito se deve a figura do protagonista macaco o chamado Caesar e pela interpretação notável do ator Andy Serkis, que veio ao Brasil para falar à imprensa, e continuar sua campanha aliás muito justa de Conseguir ser reconhecido pela Academia do Oscar com um ator e não um truque. Ele fez Caesar desde O Confronto, o primeiro da trilogia, mas antes disso criou basicamente um estilo com Gollum, no Senhor dos Anéis depois em Hobbit, King Kong, Baloo, como Rei das Selvas e muito mais num currilucum inacreditavelmente versátil. Pode-se dizer sem medo que aqui ele rouba o filme, com momentos de incrível humanidade (olha a ironia).
Voltando ao trabalho do diretor algumas coisas são especiais dele, os poucos diálogos, a construção de incríveis cenas de batalha, em geral entre florestas e neve, a falta de demagogia num momento onde justamente a ser humano está vivendo um momento de barbárie e estupidez generalizada onde só mesmo um animal poderia vir lhe ensinar um pouco de sabedoria. E embora seja essa a tônica maior do filme, isso não quer dizer que também como ação e conflito e guerra, o resultado também não tenha sido poderoso e emocionante.
Um momento difícil para o espectador, por que de repente tem grandes filmes e pouco dinheiro para os ingressos. Ainda assim procure não perder Dunkirk (certo concorrente ao Oscar), o muito divertido Em Ritmo de Fuga, este surpreendente Macacos.