Crítica sobre o filme "Papillon":

Rubens Ewald Filho
Papillon Por Rubens Ewald Filho
| Data: 15/08/1990

O que era basicamente uma história de aventuras transformada em best-seller autobiográfico de Charriére (que parece ter ao menos inventado parte da trama) foi transformado pelo roteirista Dalton Trumbo (que faz ponta como comandante do campo) num pomposo e pretensioso hino à liberdade e ao espírito humano.

O que podia ser muito divertido ficou pesado e irregular, também porque o roteiro inventou um outro personagem igualmente importante, outro prisioneiro feito para Dustin Hoffman (que faz uma de suas caracterizações menos felizes) especialmente porque Dustin queria estar no projeto (ele faz o amigo e parceiro de prisão, totalmente dispensável, servindo apenas de escada para o herói).

Embora tenha sido sucesso de bilheteria, o filme feito pelo realizador de "Patton", nem sequer mostra a fuga direito, é longo, violento e o maior destaque é a trilha musical indicada ao Oscar de Jerry Goldsmith. Decepcionante.

Mas a versão para o cinema foi transformada em: 1) um veículo para o estrelato de McQueen, que repete seu personagem de rebelde indomável; 2)num hino à liberdade e resistência do ser humano, graças ao roteiro pomposo e metido de Dalton Trumbo, o mais famoso nome da Lista Negra do McCarthismo.

Produzido com grandes recursos, foi sucesso de bilheteria. Teve uma famosa cena com as baratas. Mas não é a aventura divertida que se podia esperar.