Crítica sobre o filme "Escolha de Sofia, A":

Rubens Ewald Filho
Escolha de Sofia, A Por Rubens Ewald Filho
| Data: 16/08/1987

Este foi o filme que deu o segundo e merecido Oscar para a grande atriz Meryl (aqui usando um forte sotaque polonês) numa época em que não se imaginava ainda que ela viria a ser a grande atriz de sua geração. É um filme pesado e difícil de recomendar. Porque acaba sendo doloroso assistir principalmente a situação título. Fielmente baseado em famoso livro de William Styron. Bela fotografia do genial Nestor Almendros (infelizmente faleceu cedo). Pakula que era de descendência de judeus poloneses teve uma bela carreira também como produtor, mas faleceu cedo num desastre de automóvel em Long Island (entre outros fez, os clássicos O Sol é Para Todos, Todos os Homens do Presidente, foi indicado a Oscars por esses filmes e mais Sophia, que também lhe deu Oscar. Indicado Oscar figurino, trilha musical e foto).

Durante muito tempo foi usada a expressão do titulo, referindo-se A Escolha de Sofia em qualquer situação em que tomar uma decisão é uma situação terrível e sem saída! Dizem que Meryl insistiu muito com o diretor para conseguir o papel (também Barbra Streisand e Marthe Keller, mas curiosamente quando o autor Styron fazia o livro imaginava Ursula Andress no personagem! E Pakula fazia o mesmo com Liv Ullman ).

No final do filme há uma frase que explica que o único personagem não fictício foi o de Rudolf Hoess que era de fato o comandante de Auschwitz. Foi o primeiro filme de Kevin Kline (Já havia feito Os Piratas de Penzance que estreou mais tarde). Quando Meryl ganhou o Oscar já estava cinco meses grávida da filha Mamie Gummer, que viria a ser atriz. Meryl fez a cena final uma única vez e recusou repetir, afirmando que para uma mãe era um momento muito difícil. Anos depois no programa de teve de Oprah ela viu a cena e confessou que nunca antes tinha visto esse momento, porque era difícil demais para ela.