Crítica sobre o filme "A Maldição da Casa Winchester":

Edinho Pasquale
A Maldição da Casa Winchester Por Edinho Pasquale
| Data: 01/03/2018

A pergunta que faz sobre este filme é unânime: o que estaria fazendo Elle Mirren ao aceitar fazer este filme? Afinal, se trata de um filme cujo gênero não é muito apreciado “artisticamente”, onde via de regra não primam por um roteiro “de arte”, ou seja, tem que ser filmes bem acima da média para serem melhor aceitos pela crítica. Tem um público imenso, vários subgêneros, mas em geral caem no que chamamos de clichê, ou seja, padronizados, com roteiros com gatilhos previsíveis para apenas assustar o espectador. E este aqui não foge da regra. Filmes sobre fantasmas em geral tem sempre a mesma coisa: sustos em cenas calmas acentuados pela trilha, uma trama que remete a um confronto final, crianças que são encarnadas por fantasmas... Aqui se tem tudo isso. Mas tem um diferencial, pois se trata de um tema real, o da herdeira do criador dos rifles Winchester, que realmente construiu a casa para abrigar os fantasmas dos mortos pelo legado das armas.

Dito tudo isso, vou revelar que apesar dos clichês, não achei o filme ruim. Passa bem o tempo, tem uma história até que interessante, basta não pensar muito e não tentar resolver a trama antes do final. É narrado a partir do personagem Eric Price (Jason Clarke), um psiquiatra decadente que é contratado para provar a “loucura” de Sarah, a viúva de Winchester, a herdeira portanto do seu império. É aqui que fica a certeza do esforço de interpretação de Mirren. Claro que se destaca, mas... OK, se é um golpe de marketing deu certo, me atraiu, não sou um propriamente dito fã do gênero, mas a presença dela me seduziu. E fiz o que comentei, desliguei o cérebro, me deixei levar pelos sustos a até aceitei a história e seu desenlace. Claro que depois do filme vi que várias situações seriam previsíveis se estivesse mais atento. Enfim, nos dias em que parece que tudo vira motivo de críticas negativas, voto a favor de Mirren, pela coragem em subverter alguns paradigmas. Talvez ela tenha feito o mesmo, desligou momentaneamente o cérebro e fez o filme...