Crítica sobre o filme "Melhor Escolha, A":

Edinho Pasquale
Melhor Escolha, A Por Edinho Pasquale
| Data: 22/03/2018

Filmes sobre veteranos da Guerra do Vietnã em geral já tiveram o seu tempo. Mas este projeto do diretor Linklater (de Boyhood, vencedor do Oscar de 2014) tem sensibilidade e uma boa história para voltar a abordar o tema. Aparentemente é um projeto bem pessoal, uma espécie de homenagem  a um filme de 1973, A Última Missão (The Las Detail), que o próprio diretor admite ser. Mas vai um pouco mais além. Faz um belo trabalho de criticar as guerras, um tema bastante americano, mas toca em algumas feridas importantes ao trazer estes veteranos ao pesadelo da Guerra do Iraque.

O grande mérito do filme é a ótima escolha do elenco. Steve Carrell vem se tornando cada vez melhor ator. Ele faz o papel de um pai que tem que buscar o corpo do filho que morreu como herói na guerra do Iraque. Mas se sente perdido, recentemente ficou viúvo, e busca no passado amigos veteranos do Vietnã para confortá-lo e ajudar neste processo. Um deles se tornou dono de bar decadente, Bryan Cranston, excepcional no papel e o outro se tornou um pastor (Fishburne, sempre eficiente). A química entre eles e a boa direção faz a força destas interpretações segurar o filme, que vai, apesar do ritmo parecer um pouco lento, envolvendo com suas histórias do passado e com o confronto da realidade e hipocrisia do então presente. A volta ao passado tem momentos brilhantes, onde os personagens se envolvem com seus fantasmas em diálogos e situações que vão do que poderia ser trágico até ao bom humor... E tem o grande presente de ter a atriz Cicely Tyson!

Cai um pouco no final, mas é um belo exemplo de um pequeno grande filme, sensível, onde a força dos atores mostra que não é só de ação e explosões que o cinema vive.  Não é um filme para todos, mas todos deveriam pelo menos assistir.