O diretor Francesco Rosi (1922-2015) foi um dos grandes realizadores do cinema italiano, especializado em filmes políticos, envolvendo a Máfia com notável sucesso. Desenvolveu um estilo de semidocumentário que lhe deu a Palma de Ouro pelo O Caso Mattei. Realizou clássicos hoje um pouco esquecidos como O Bandido Giuliano (Salvatore Giuliano), As Mãos Sobre a Cidade (Le Mani sulla Città, 1963 com Rod Steiger), Lucky Luciano, o Rei dos Chefões ou Lucky Luciano, o Imperador da Máfia (Lucky Luciano, 1973, com Gian Maria Volonté, Rod Steiger), Cadáveres Ilustres (Cadaveri Eccelenti, 1976 com Lino Ventura, Charles Vanel), Cristo si È Fermato a Eboli (1979, com Gian Maria Volonté, Irene Papas), Três Irmãos (Tre Fratelli, 1981, com Philippe Noiret, Michele Placido), Carmen (Idem, 1984, com Julia Migenes Johnson, Plácido Domingo), Crônica de uma Morte Anunciada (Cronaca di una Morte Annunciata, 1987) e outros.
Mas não se sentiu a vontade realizando esta fantasia luxuosa diferente do resto de sua obra. Uma espécie de conto de fadas, sobre as façanhas de uma bela e temperamental camponesa napolitana, naturalmente Sophia. Chama-se aqui Isabella, quando conhece o mal-humorado príncipe espanhol, Rodrigo Ferrante (Omar Sharif). O Rei da Espanha ordenou a escolher uma esposa entre sete princesas italianas, mas ele se atrai pela beleza de Sophia. Com a ajuda de feiticeiras e santas, ela tenta conquistar o coração do príncipe através de uma sucessão de surpresas, inclusive um concurso de lavar pratos!
Tem momentos engraçados, uma produção interessante, figurinos do século 17, e a exuberância de Sophia. Mas só os alemães que eram loucos por ela deram o prêmio Bambi para o casal. Ainda assim o filme tem algo estranho que desaponta e o impediu de ser um clássico.