Crítica sobre o filme "Ella e John":

Edinho Pasquale
Ella e John Por Edinho Pasquale
| Data: 04/04/2018

Primeiro filme americano do premiado diretor italiano Virzi tentou fazer o que os americanos fazem com maestria, um road-movie, ou seja, um filme de estrada. As abraçou de uma dupla de peso para o elenco, Ellen Mirren e Donald Sutherland (que haviam trabalhado juntos em 1990 em Bethune - A Revolução de um Herói), pegou uma história meio clichê, assim como alguns dos momentos do filme. Mas o resultado geral eu gostei, até me sensibilizou. Tem boas histórias, momentos delicados, dá pra dar algumas risadas, enfim, cumpre o que se propõe. Se trata da história de um casal que resolve se aventurar pela estrada ao se dirigir de Boston até Key West para visitar a casa do escritor Ernest Hemingway, o preferido do professor de literatura John (Sutherland), que está em uma fase avançada de Alzeihmer. Sua esposa Ella (Mirren) tenta resgatar suas memórias, já que ele tem dificuldades e com isso reviver sua vida em comum com o parceiro de 50 anos. Mas seria esta a última oportunidade de resgatar toda esta história do casal? Claro que há a presença de dois filhos que ficam preocupados com esta viagem, afinal eles pegam o velho motor-home (cujo apelido dá o título original ao filme) sem aviso, pois caso o fizessem, certamente seriam impedidos pela fraca dupla de atores (Janel Moloney e Christian McKay) que acham os pais irresponsáveis, pelas condições de saúde.

Tem bons momentos, como as sessões de slides para relembrar os personagens que passaram pela história deles e assim reviverem os principais momentos, até uma revelação (até meio óbvia), que pode estragar tudo. O filme ainda tenta cativar o público americano criticando em alguns momentos a eleição de Trump, boa trilha sonora com sucessos bem americanos, como Janis Joplin e Carole King, mas sem sucesso de bilheteria. Certamente os mais idosos irão gostar mais do filme, os mais jovens certamente nem irão assisti-lo. Mas apesar da obviedade, a dupla veterana tem seus bons momentos, numa história sensível, bem contada. E só. Mas precisa mais?