Império do Crime (The Big Combo, 55) - Quando era criança cheguei a ouvir falar neste thriller Noir (na época ainda não se usava esse adjetivo importado aos franceses) da Allied, que é estrelado pelo canastrão Cornel Wilde e sua mulher Jean Wallace, uma bela loira que ainda é mais desastrada que ele. Mas nada perturba um dos melhores do gênero que já assisti, com um elenco de apoio genial (que vai desde o famoso Richard Conte como super vilão a outros famosos do passado como Brian Donlevy e Ted de Corsia, um ponta que é o melhor momento de sua carreira). Enfim, tenente da polícia tenta prender um bandido traficante numa trama complicada. Na verdade, o show é de um diretor Cult que me parece que por aqui ainda não é festejado como deveria, um dos melhores da produção B, Joseph H. Lewis (de filmes como Gun Crazy Mortalmente Perigosa, Reinado do Terror, Ódio Contra Ódio etc.). Quem não conhece sua obra precisa descobri-la. Este é considerado na Inglaterra o melhor filme do gênero em todos os tempos. E parecem certos...
Da Ambição ao Crime (Crime of Passion, 57) - O diretor Gerd Oswald não é grande coisa mas é o último grande papel de Barbara Stanwyck (que desde então se dedicou a televisão) como jornalista ambiciosa que se casa com policial (Sterling Hayden), mas depois não suporta a vida burguesa que ele leva. Falam em filme feminista, mas não é bem isso, é apenas show para a veterana mulher fatal de Hollywood. E para outra figura lendária e carismática, Raymond Burr, que fez muito terror e TV (Perry Mason).
Moeda Falsa (T-Men, 47) - Este aqui que reúne o grande iluminador John Alton com o diretor Anthony Mann, que fez uma talentosa série de filmes B antes de se tornar grande realizador de faroestes e super espetáculos (como El Cid) e se casar por uns tempos com Sarita Montiel. É um semi documentário a moda da época louvando o governo americano rodado em locações e com um claro-escuro inesquecível. Com Dennis O´Keefe. PB como todos da edição!
Uma Aventura na Noite (Somewhere in the Night, 46) - O famoso diretor de A Malvada começou como roteirista na Fox e subiu de posto com este interessante drama psicológico que lembra um pouco Alma em Chamas (acima), estrelado pelo então galã John Hodiak (que morreu aos 41 anos!), Lloyd Nolan, novamente Richard Conte e uma estrelinha que não fez carreira Nancy Guild. Nada de muito novo, mas competente.
Nas Garras da Fatalidade (They Made Me a Fugitive, 47) - Talvez o melhor filme de toda a carreira internacional do brasileiro Alberto Cavalcanti, lembrado como primeiro diretor da Vera Cruz! Muito bem realizado, com ótimos atores, um drama do baixo mundo, onde Trevor Howard se envolve com bando de traficantes e depois não pode se arrepender. Passa o diabo mesmo com a ajuda da loirinha Sally Gray (estrela por pouco tempo) e um vilão ótimo Griffith Jones. Um thriller surpreendente e considerado um dos melhores do gênero já feitos na Inglaterra.
Muro de Trevas (High Wall, 47) - Direção de Curtis Benhardt, outro diretor menor para um thriller da MGM que apesar da presença do galã Robert Taylor (que parece sempre alheio do filme) foi um fracasso total de bilheteria. Ele faz um veterano de guerra amnésico que é acusado de ter matado a sua esposa e por isso vai parar em hospital psiquiátrico onde é ajudado por uma médica (Audrey Totter). Além da história ser fraca, cometem o erro de revelar a chave da trama logo na primeira meia hora do filme!