Crítica sobre o filme "Somente o Mar Sabe":

Edinho Pasquale
Somente o Mar Sabe Por Edinho Pasquale
| Data: 25/04/2018

O diretor James Marsh realizou bons filmes, como A Teoria de Tudo e O Equilibrista, com sucesso, o que não se aplica integralmente aqui. A história verídica de um inventor para artigos náuticos e velejador amador que resolve participar de uma corrida pelos oceanos para ser o primeiro homem a dar a volta ao mundo sozinho e sem parar em terra é interessante e poderia render um bom filme, ainda mais pelas reviravoltas de sua história. Aconselho que não procurem qual o desfecho dela, pois este spoiler estraga o que ainda o filme tem de bom, mesmo que com ressalvas, o seu roteiro. Vivido por Colin Firth, o navegador aposta tudo nesta corrida, inclusive sua empresa e até a sua casa. Mais não dá pra contar. Mas o problema é que o filme não empolga nunca, vai passando o tempo e mesmo as reviravoltas (ou melhor, pelo menos a principal) não tem brilho ou intensidade. O ponto alto que poderia ser Firth não tem punch, ou seja, parece até apático e sem vigor na sua atuação. Talvez até porque seja 20 anos mais velho que o personagem real. Sua esposa no filme, a atriz Rachel Weisz tem poucas oportunidades, tendo força apenas no segmento final do filme. Os demais personagens também não são interessantes e a pouca profundidade do roteiro não ajuda.

Não sei explicar o que faltou, talvez mais ação em cenas mais perigosas, pois certamente é uma das premissas de um filme do gênero, o velejador certamente deveria passar por perigos até mais constantes, aqui até se tem alguns, mas... O foco acaba sendo a história em si da travessia em si, o drama pessoal, a repercussão do fato na época, com a torcida dos seus conterrâneos ingleses e seus problemas. Prefira outros do gênero, como Até o Fim, com Robert Redford. É o tipo do filme que você assiste até o fim, mas que não empolga, você sai da sala apenas com uma história que poderia ser mais interessante. É pouco, não?