Depois de uma tentativa de suicídio, porque não conseguia financiamento para seus filmes, o grande diretor japonês Akira Kurosawa teve que ir para a então União Soviética, para poder realizar este filme que lhe daria o Oscar de “Filme Estrangeiro”. É de uma incrível poesia e plasticidade. Passa-se no começo do século, numa “taiga” siberiana, com um jovem cientista russo em expedição e o seu guia, um inculto mas sábio caçador. Uma meditação sobre a relação homem-natureza de enorme beleza. Sempre foi visto antes deformado pelos enquadramentos (o Widescreen sem ajuste do Pan & Scan, ou seja, só se via a imagem central e isso destruía o resultado). A cópia atual ainda que não perfeita, o que é compreensível, já que se trata de um filme russo inteiramente rodado em locações difíceis e geladas. Inspirado em fatos reais, tem uma narrativa lenta principalmente na parte final, quando Dersu vai morar na cidade com o amigo. Diferente de outras obras do mestre é universalmente consagrado. Não deixe de ver.