Crítica sobre o filme "Nova Viagem de Sinbad, A":

Rubens Ewald Filho
Nova Viagem de Sinbad, A Por Rubens Ewald Filho
| Data: 03/07/2018

Qualquer verdadeiro fã de cinema que assistiu aos filmes de ação e aventura dos anos 50 em diante, deve ter verdadeira paixão e admiração pelo trabalho de um dos maiores criadores de efeitos especiais de sua época, o notável Ray Harryhausen (1920-2013) que foi o pioneiro da criação de miniaturas de monstros e figuras da antiguidade, que ele transformava em brilhantes cenas de ação. Hoje podem parecer um pouco modestas e ingênuas, mas nas mãos dele e movimentados quadro a quadro, os efeitos fascinavam qualquer um, em particular crianças e jovens. Pena que este filme aqui já tenha sido o penúltimo trabalho do artista (que só faria mais um longa de ação mítico, no caso Fúria de Titãs, 81). Mas feito o elogio vamos nos fixar neste seu filme menos brilhante, talvez por ter escolhido um ator protagonista de bela fotogenia, inclusive com olhos claros, cabelos loiros, belo porte. Só uma pena não ser melhor protagonista. O americano John Phillip Law (1937-2008) se revelou numa comédia italiana Alta Infidelidade (episódio em 64), logo seguido por Os Russos Estão Chegando, O incerto Amanhã com Jane Fonda, Barbarella também com ela, O Senhor das Ilhas, num total de 85 créditos. O diretor Hessler (1925-2014), era alemão de nascimento, aprendeu sua profissão trabalhando com Hitchcock em sua série de TV, não é a toa portanto que tenha se acostumado a realizar filmes de terror e suspense. Aqui Sinbad e o vizir de Marabia, são perseguidos pelo cruel Mágico Koura, ao tentarem encontrar os três tabletes de ouro que podem lhe dar acesso ao tempo antigo de todo o Conhecimento. No caminho atravessam tempestades no mar e enfrentam monstros estranhos tentando resolver os segredos dos mapas e são acompanhados por uma jovem escrava que tem uma tatuagem misteriosa de um olho na palma de sua mão. O famoso Robert Shaw (Tubarão) queria de qualquer jeito o papel do Sinbad, mas teve que contentar com um dia de filmagem como O Oráculo. Enquanto isso Tom Baker que faz o papel de Koura, por causa de seu trabalho logo seria chamado para ser o celebre personagem da TV, Doutor Who. O filme teve dois prêmios nos EUA, de efeitos pela National Board of Review, e da Academia americana de Ficção Cientifica. O mais interessante, porém de tudo, é que o filme teve uma consagração muito grande de toda a critica que voltou a ser criança e vibrou com os diversos momentos de ação e aventura (até mesmo juvenil). Entre elas, um grotesco centauro, um ídolo religioso super armado, um lutador da espada e pequenos e espertos  morcegos. Pra quem quiser aproveitar!