Este foi o quinto longa-metragem da dupla Martin & Lewis, que aos poucos foi fazendo enorme sucesso não apenas nos EUA mas também no Brasil e resto do mundo (sendo que Jerry Lewis se tornaria o ídolo criativo do humor entre os franceses). Estrelaram 16 filmes entre 1949 e 56! Eles foram deixando de ser coadjuvantes (dos primeiros três filmes) e curiosamente o filme já começa a mostrar os conflitos que iriam surgir logo depois entre a dupla, que iria culminar com a separação em 1956 com Ou vai ou Racha. Na época eles ainda faziam filmes em preto e branco (porque o technicolor era caro!). O problema básico é que Jerry era o palhaço, o humorista enquanto Dean limitava-se a cantar (tinha boa voz e teve varias canções de sucesso, em geral com temática italiana). Foi no fundo uma crise de egos porque Jerry logicamente viria a ser o mais querido e famoso, com seus trejeitos e caretas, que em geral eram improvisados. Assim aqui Dean faz o egocêntrico Bill Miller que veio do teatro vaudeville e fica com ciúme do parceiro Theodore Ted que era desprezado mas na verdade era o mais popular com o público (ou seja, a vida imita a arte).
Dizem que Jerry achava este o filme que mais gostava de todos da dupla porque foi o que melhor mostrou e revelou o problema entre eles. Rodado em 1951, só foi lançado em 53, porque a Paramount ficou preocupada com várias cenas dramáticas. É curioso também que a história se passa durante a grande Depressão dos anos 30. Dean faz um intérprete do vaudeville, um cantor e tocador de acordeão Bill Miller casado com uma atriz e cantora da Broadway (a bela Polly Bergen que teve uma longa carreira no cinema). Arrogante ele se livra do parceiro (Richard Erdman) porque é vaidoso e deseja solar sozinho. Mas só vai dar certo quando encontra Jerry (Ted) que recruta do público. O sucesso lhe faz subir a cabeça, mas não dá o devido valor a Ted. A parceira então pode acabar. O filme teve seus críticos, ou seja, aqueles que reclamam do sentimentalismo! No Brasil, porém, ninguém sabia ou sabe que vários dos momentos humorísticos foram aproveitados dos shows que eles faziam em night clubs. Em resumo: pode ser o filme mais revelador da dupla, mas não é dos mais engraçados.