Crítica sobre o filme "Giallo Vol. 6: A Cauda do Escorpião, A Mulher do Lago, A Morte Caminha à Meia-Noite, Os Assassinos só Matam aos Sábados":

Rubens Ewald Filho
Giallo Vol. 6: A Cauda do Escorpião, A Mulher do Lago, A Morte Caminha à Meia-Noite, Os Assassinos só Matam aos Sábados Por Rubens Ewald Filho
| Data: 11/09/2018

A Cauda do Escorpião **1/2

Hoje apresentado como um clássico do diretor chamado de mestre Sergio Martino (ainda vivo mas aposentado) com o famoso galã uruguaio George Hilton e uma trilha musical descoberta de Bruno Nicolai, discípulo de Morricone!  Sinopse: Um avião explode, um passageiro londrino havia feito o seguro de um milhão. Sua mulher infiel foi quem fez esse seguro e a companhia de seguros desconfia do plano e chama o melhor investigador para o caso Peter Lynch. O viúvo vai à Grécia esperando receber o dinheiro e Peter se disfarça se tornando seu companheiro. Mas por pouco, por que ela tem planos viajando para Tóquio. Mas quem será seu cúmplice: um policial de Atenas, um agente da Interpol, fotógrafo francês.                 

Sergio Martino (1938-)

O cinema tem dessas coisas. Durante seus anos de sucesso, este diretor-produtor e roteirista foi praticamente ignorado pela critica e mesmo público (que só assistia seus filmes por causa do sexo e nudez frequente, sendo o que o maior sucesso foi O Estranho Vício da Sra Ward 71, com uma estrela erótica que nunca chegou a ser muito famosa no Brasil, Edwige Fenech (que na época era casada com o irmão dele Luciano Martino). Só agora apoiado pelos franceses é que consagrou Martino como um dos mestres do Giallo (o filme policial a moda italiana conforme foi inventado por Mario Bava e Dario Argento). Embora tenha feito filmes de todos os gêneros (terror, comédia, faroestes, ficção cientifica, documentário) numa carreira de mais de 40 anos.  Nascido em Roma, era neto de diretor pioneiro Gennaro Righelli (1886-1949) que fez filmes com Anna Magnini (Vida Difícil, 45, Chega de Milhões, 46). Começou como assistente de seu irmão mais famoso Luciano Martino (1933-2013). Sergio foi assistente de Mario Bava e seu primeiro longa foi o documentário erótico como estava na  moda chamado Mil Pecados Nenhuma Virtude (71). Hoje é um velho artesão que esta sendo redescoberto.

 

A Mulher do Lago **

Foi co-assinado por dois, Franco Rossellini (1935-82) neste que era apenas o primeiro longa-metragem de Bazzoni, mas a morte de Franco foi muito lembrada pela família ilustre (ele é sobrinho do diretor Roberto Rossellini, filho do compositor Renzo Rossellini e primo de Isabelle Rossellini). Já Bazzoni se especializou principalmente em curtas metragens, documentários com poucas exceções: os faroestes O Homem, o Orgulho, A Vingança (67), Um dia Negro, 71, Os Passos, 75. Dali em diante só fez documentários. Este filme é um mistério-drama sobre um visitante (o fotogênico americano Peter Baldwin) que chega a uma pequena vila italiana procurando por uma mulher que amou e perdeu. Os residentes dizem que ela se suicidou, mas há mais mistério do que esse. Enquanto isso uma estranha mulher passeia pelo lago. O problema como sempre no gênero é contar essa história sem revelar demais... A foto densa e bonita (o preto e branco apesar de fora de moda mantém sua beleza e densidade, ainda mais no inverno e do lado de um lago!). A deslumbrante Virna Lisi (uma das mulheres mais belas do cinema italiano) aparece pouco, mas tem também a então já veterana Valentina Cortese. Isso ajuda muito, mas não consegue salvar o filme que escapa do melodrama. Mas não tem nada de Giallo. Talvez de foto revista Grande Hotel (que foi o pioneiro). Falta história melhor desenvolvida que soubesse aproveitar tão bons atores.

 

A Morte Caminha a Meia-Noite **

O diretor Ercoli tem apenas 8 créditos como diretor, as vezes assinando como André Colbert. Os poucos que passaram por aqui foram Fotos Proibidas, 70, A Morte Caminha de Salto Alto, 71, A Morte Caminha a Meia Noite, 71, Velocidade, Caminho da Morte (73). Os outros quatro foram ignorados. A maior atração é a bela modelo Nieves (da Almeria, Andalucia) que faz Valentina é uma bela modelo de moda que toma uma droga experimental de um cientista e tem uma visão de uma mulher sendo brutalmente assassinada com uma luva. O problema é que outra mulher será assassinada exatamente no mesmo lugar e Valentina está sendo ameaçada pelo mesmo criminoso. Suportável, mas nada de especial.

 

Os Assassinos só Matam aos Sábados **1/2

O chefe de polícia investiga o desaparecimento de uma mulher inteligente de 25 anos, filha de um viúvo solitário. Quando ela aparece morta, os policiais correm atrás e o viúvo quer vingança. Mistura de Giallo com policial (polioziottesco) com forte comentário social.

Duccio Tessari (1926-1994)

Diretor italiano nascido em 11 de outubro em Genova, especializado em fitas de aventuras, frequentemente estreladas por seu protegido Giuliano Gemma (que ele lançou no cinema). Nos últimos anos, filmou menos e perdeu a ambição. Foi documentarista no começo dos anos 50, mas depois se firmou como roteirista de muitos filmes, principalmente mitológicos (servindo às vezes também como assistente). Fez segunda unidade (cenas de ação para filmes como Messalina Venere Imperatrice, 1959; La Rivolta degli Schiavi, 1960) até estrear na direção em 1961. Foi casado com a atriz Lorella de Luca. Faleceu de câncer em 6 de setembro aos 67 anos. Pai da atriz Fiorenza Tessari.