Crítica sobre o filme "Invasão Sci-Fi- Ataques: Tarântula!, O Escorpião Negro, O Ataque da Mulher de 15 Metros, O Monstro do Mundo Proibido":

Rubens Ewald Filho
Invasão Sci-Fi- Ataques: Tarântula!, O Escorpião Negro, O Ataque da Mulher de 15 Metros, O Monstro do Mundo Proibido Por Rubens Ewald Filho
| Data: 02/12/2018

Tarântula

O diretor Jack Arnold (1916-92) foi responsável nos anos 50 por colocar a Universal novamente como sinônimo de terror e cinema fantástico, com cults como O Monstro da Lagoa Negra, A Ameaça Que Veio do Espaço e sua obra-prima, O Incrível Homem Que Encolheu. E também por esta divertida e até talentosa mistura de horror com ficção científica, que ainda inclui o indefectível cientista louco e, bem no espírito da época, a paranóia em relação à radioatividade e à manipulação da natureza resultando em monstruosidades. Embora com recursos primitivos, é irresistível ainda ver a aranha gigante atacar as pessoas, num meio termo entre trash e comédia, hoje clássico no gênero. O galã John Agar (1921-2002) tem pouco a fazer, dando espaço para o cientista feito no tom certo pelo veterano Leo G. Carroll (1886-1972), para a caprichada maquiagem de Bud Westmore e para os simples mas muito competentes efeitos especiais. Curiosidade: por trás do capacete e máscara de oxigênio do líder da esquadrilha aérea que ataca o monstro no clímax está o jovem Clint Eastwood!

 

O Escorpião Negro

O filme foi rodado na Cidade do México, inclusive em campo esportivo. Erupções vulcânicas liberam escorpiões gigantes que viviam no centro da Terra, que começam a destruir a Cidade do México. O geólogo Hank Scott traça um plano para detê-los. Já era fase decadente dos atores Denning e Mara (que trabalhou mais com frequência por ser amiga de Clint Eastwood). O filme é muito simplório e ingênuo e faz rir nas horas erradas. Na falta de dinheiro os efeitos acabaram sendo feitos numa garagem em Encino, Califórnia. Um dos monstros foi reaproveitado do King Kong original de 1933. O som dos escorpiões são os mesmos que foram ouvidos em O Mundo em Perigo (1954). O vulcão chamado Paricutin estava ativo ainda até por volta de 53. Muitos gritos usados aqui foram aproveitados dos estúdios da Republic. O filme é mencionado no livro It de Stephen King. O autor dos efeitos é o conhecido Willis O´Brien.

 

O Ataque da Mulher de 15 Metros

Um dos piores clássicos do cinema B dos anos 50. Uma história curta e mal realizada, que não qualifica o diretor Nathan, que chegou a ganhar Oscar de diretor de arte pelo clássico Como Era Verde o Meu Vale. Dificil levar a sério a historia de uma esposa bêbada em apuros com o marido mulherengo tem sua vida mudada depois de um encontro com um alienígena gigante. Depois do encontro do outro mundo, a mulher passa a crescer até atingir a altura de 50 pés e sai em perseguição do marido infiel destruindo a cidade. Allison Hayes (1930-77), teve 64 créditos mas nunca conseguiu fazer sucesso. Serve apenas para rir e debochar!

 

O Monstro do Mundo Perdido 

Você deve se lembrar de sua infeliz refilmagem, que se chamou aqui Poderoso Joe(Mighty Joe Young, 1998) de Ron Underwood, com Charlize Theron e Bill Paxton, onde se contava a história de um enorme gorila de cinco metros de altura chamado Joe, cresceu nas montanhas da África Central junto com sua amiga Jill Young. Quando a região é abalada por caçadores ilegais, Jill e um zoólogo Gregg resolvem salvar o gorila levando-o para uma espécie de parque de preservação na Califórnia. Mas o animal se tornou famoso demais e tem problema para se adaptar às modernidades! Era a mal sucedida versão atualizada deste filme que foi feito pela mesma equipe de King Kong (e premiado também com o Oscar de efeitos, salientando o trabalho do ainda hoje famoso animador Ray Haryhausen! Que trabalhou em cima do design de Willis O´Brien). Aliás, a estrela do filme, Terry Moore, e Ray Harryhausen, faziam pontinhas naquela a versão, juntos na cena da festa. Era uma produção Disney porque mesmo este original tem a pretensão de ser mais leve e indicado para crianças (a própria figura do gorila tem expressões faciais divertidas e tudo é feito com ligeiro senso de humor). A cópia é muito boa, mas é preciso assistir com olhar nostálgico e complacente, para entrar na brincadeira por demais semelhante a King Kong e sem o mesmo impacto. A mocinha que faz a heroína, Terry Moore, depois virou estrela, está viva ate hoje e sua maior gloria foi ter sido esposa de Howard Hughes. Armstrong que estava em King Kong também retorna aqui com Pat Feeney. Na segunda parte é criado num set um elaborado cenário de um night club africano que procurou lembrar o famoso Cocoanut Grove e onde irá se apresentar o Gorila. Há momentos ingênuos porque fica difícil, acostumados à tecnologia atual, ver um monstro tão obviamente movimentado quadro a quadro. Na cena do show em que Joe enfrenta vários atletas são realmente lutadores profissionais de luta livre famosos. Foi uma das raras oportunidades para ser galã do cowboy e realmente campeão de Corda de Ben Johnson, que quando se tornou veterano ganhou o Oscar de melhor coadjuvante por A Última Sessão de Cinema. O filme não fez o sucesso esperado e foi o ultimo trabalho de Schoedsack.