Inexplicavelmente premiado com a Palma de Ouro em Cannes, este foi dos piores trabalhos do diretor Von Trier, que apesar de trabalhar com vídeo digital, antes do HD, ou talvez por causa disso, abusa dos movimentos bruscos de câmera (que ele praticamente inventou com o Ondas do Destino (Breaking the Waves, 1996), a ponto de certas pessoas saírem enjoadas do cinema. Ele brigou muito com a cantora e compositora islandesa Björk, que apesar de insistir em afirmar que não é atriz (o que fica evidente no filme), mas mesmo assim, ela também ganhou o prêmio de atriz em Cannes, e chegou a ser indicada ao Oscar de Canção. Mas sua performance é constrangedora, parecendo deficiente mental em vez de ingênua, numa fita que tem uma trama digna de telenovela mexicana. Toda rodada na Europa (embora a ação se passe nos EUA), mal se consegue enxergar Catherine Deneuve como a melhor amiga da heroína. É quase um anti musical, desarticulado e interminável. Embora louvado por toda a crítica brasileira, foi rejeitado pelos americanos. Nem mesmo Björk conseguiu levá-lo a sério.