Crítica sobre o filme "Capitã Marvel":

Rubens Ewald Filho
Capitã Marvel Por Rubens Ewald Filho
| Data: 07/03/2019

É muito raro encontrar mulheres diretoras principalmente de filmes de ação ou blockbusters. Essa novidade acontece com Anna Boden, que começou a carreira como montadora, roteirista, fotógrafa, diretora de fotografia, e ainda por cima Diretora. Começou a carreira como codiretora do filme Half Nelson (Encurralados, 2006), estrelado por Ryan Gosling, que foi indicado ao Oscar. Foi assim que se casou com Ryan Fleck que hoje é seu parceiro. Se conheceram quando estudavam na NYU, começaram a namorar e serem parceiros. Fizeram os curtas-documentários Have you Seen This Man? e Young Rebels, e ainda Gowanus, Brooklyn, que daria origem a Half Nelson. Também dirigiram Se Enlouquecer, não se Apaixone (It´s Kind of a Funny Story, 2010) com Emma Roberts e Viola Davis, Sugar (2008), sobre esportista dominicano Miguel Sugar Santos. Fizeram ainda Parceiros de Jogo (Mississipi Grind, com Ryan Reynolds, Ben Mendelsohn) e séries de TV (Billions, The Affair, Looking). O filme deles Capitã Marvel é estrelado por Brie Larson, que já tem 58 créditos e ganhou o Oscar por O Quarto de Jack (Room). E é sempre lembrar que os ditos fãs desse tipo de ação/aventura costumam abrir fogo cerrado contra o universo feminino. Ainda mais quando há várias cenas que ficam relembrando essa característica da heroína!

Ai é que entra a figura doce e delicada de Brie, uma veterana que está longe de Mulher Maravilha, que em momento nenhum me convenceu. Está certo, que não apenas aqui mas em qualquer outro filme de sua carreira me seduziu ou surpreendeu (pode ser má vontade, as vezes eu sofro dessas coisas!). Nunca principalmente quando lhe coube contracenar Brie contra a figura esse sim carismático de um elenco mais pesado e um visual repleto de explosões e momentos delirantes. Capitã Marvel é aquilo que eles chamam de “uma história de origem” dela e de uma figura mais coerente, o Nick Fury (Samuel L. Jackson deixou a impressão de ter passado por um banho de efeitos para torná-lo mais jovem! Ainda assim continua a ser um dos astros mais carismáticos e bem-humorados do cinema e de certa maneira também mal estimados!). O filme acontece na Terra por volta de 1995. Fury se expõe como um membro da S.H.I.E.LD., com um novo parceiro chamado Coulson (Clark Gregg) , este também tomando banho de “juventude”. Tem gente que reclama também o fato de utilizarem na trilha musical filmes justamente da época (Kid´Bop, Salt´N´Pepa e assim por diante).

De qualquer forma, na narrativa bastante confusa há um esforço muito grande de destacar atores de respeito que antes não tiveram a chance de se expor no gênero, como a Sra. Warren Beatty, a sempre talentosa Annette Bening (esforçada, mas a mim não convenceu) e o britânico Jude Law como Yon Rog, também vindo do lugar chamado Vers e que traz também a sua turma (que inclui o carismático Djimon Hounsou). Embora para mim haja excesso de explosões e meus momentos preferidos sejam fora a aparição marcante do mestre Stan Lee, as duas sequências de hábito no final, uma delas com um grupo de astros do gênero (engraçado, mas essas tomadas rápidas sempre me interessam) e mais uma outra mais curta e rápida (não custa esperar que é no finzinho).

Como tem sido meu hábito, uma vez só não basta e voltarei para rever o filme com mais cuidado, muita coisa me perdeu (ele se anuncia 3D, mas não na cópia que vi) e acho que merece realmente uma revisão mais profunda e de repente acordam essa mocinha heroína pouco carismática.