James Baldwin foi um dos pioneiros na luta contra o preconceito racial norte-americano tornando-se um escritor internacionalmente famoso, mesmo na Europa (ele faleceu na França, em Saint Paul de Vence de câncer no estomago). Assumidamente homossexual, escreveu livros de grande repercussão também no Brasil (O Quarto de Giovanni - Giovanni´s Room, 56, Notes of a Native Son, Another Country, 62, Blues for Mister Charlie, 64, Terra Estranha, 2018, Marcas da Vida). Dentre elas, um dos livros mais famosos foi este adaptado pelo professor e intelectual Barry Jenkins (que ganhou o Oscar de melhor roteiro adaptado por Moonlight, Sob a Luz do Luar, sendo que o filme também ganhou como melhor filme do ano, e ator coadjuvante para Mahershala Ali).
Não há dúvida que o Moonlight foi um filme de grande impacto não apenas pela confusão com os papeis/prêmios errados, mas pela ousadia de contar uma história de negros homossexuais, em três fases: infância, adolescência e adulto. Talvez a figura mais admirada seja a da versátil e talentosa Regina King que concorre como melhor coadjuvante, mas tem uma carreira muito longa, que praticamente começou com Os Donos da Rua (91) mais lembrada como Boyz ´n the Hood. Foi parceira de Cuba Gooding Jr em Jerry McGuire, Inimigo do Estado com Will Smith. Em 2019, perdeu o globo de ouro que ficou com Patricia Arquette. Mas tudo foi corrigido pelo mesmo Globo com Se A Rua Beale, no papel de Sharon Rivers. O diretor do filme procurou imitar na tela a imagem das fotografias famosas da cidade de Nova York nos anos 60 e 70, recriando a época e a sensibilidade. Ainda que curiosamente o filme cometa o mesmo erro do livro, já que Beale street não é em New Orleans, mas sim em Memphis, terra do musico W. C. Handy. Um detalhe importante Regina ganhou o prêmio de coadjuvante do globo de Ouro! O diretor Jenkins se exilou em Berlin, para escrever o roteiro adaptado de Baldwin. O filme custou 12 milhões de dólares de orçamento, mas até agora não ultrapassou a quantia de 13 milhões e 827 mil dólares. 0
É estranho o começo abrupto do filme com uma trilha musical esquisita mostrando um casal apaixonado. e repente, tem um corte de tempo quando o casal agora está na cadeia, ela visitando o então namorado. Há outro pulo na historia quando o rapaz faz tudo que é trabalho para poder se sustentar. Felizmente aos 8 minutos entra em cena Regina já como avó ao que o filme já vira um conflito precipitado de famílias e discussões sem dar tempo na verdade de se conhecer melhor o casal (também estranhei muito o tipo de enquadramento e fotografia que o diretor quis usar até mesmo excesso de closes). Aí vem a criança, intercalado por fotos em preto e branco registrando os conflitos dos policiais versus negros. Com uma hora de projeção, a heroína já esta trabalhando numa loja de qualidade. Há uma fase latina, mas logo vem a prisão e o filho pequeno... para tudo concluir abruptamente... Infelizmente não é um novo Moonlight.