Crítica sobre o filme "Favorita, A":

Rubens Ewald Filho
Favorita, A Por Rubens Ewald Filho
| Data: 02/01/2019

Este foi o filme que fez a abertura da Mostra Internacional de São Paulo deste ano aproveitando o prestigio do diretor grego Lanthimos, o mais famoso e estranho de sua terra, sendo que já teve premiação com outros trabalhos enigmáticos e bizarros, sendo o mais simples e famoso O Lagosta, 15, com Rachel Weisz e Colin Farrell. Mas antes disso os trabalhos foram ainda mais difíceis (como O Sacrifício do Servo Sagrado com Nicole Kidman e Farrell e ainda mais incompreensível). Antes disso fez circuito de arte com Dente Canino, Alpes, Kinetta e outros mais locais.

Este filme ao menos emocionou os votantes do Globo de Ouro de tal forma, que foi indicado aos prêmios Olivia Colman (que faz a rainha), Rachel Weisz, Emma Stone, mais roteiro e ainda roteiro de musical ou comédia (é bom avisar isso porque pouca gente irá perceber isso a não ser por alguns tombos ou socos que atores fazem de bom gosto, por um prêmio são capazes de tudo!). A princípio achei até interessante a fotografia muito escura e o figurino ao mesmo tempo exótico e carnavalesco. Essa rainha que segura o filme realmente existiu e teve parentes celebres na Inglaterra (como Churchill), mas o filme vai se desgastando por repetir ao excesso os planos de castelos, onde tudo sempre aparece arredondado e caindo na comédia ao mostrar o horror que é a vida particularmente da rainha, cheia de frieiras e feridas na perna, mas que também gostar de ficar beijando sua companheira. Quem faz a novata é Emma Stone, que emigra com sua família para tentar um lugar entre os nobres (coitada, leva uns empurrões que a jogam enquanto fica trabalhando junto com a rival Weisz). Enfim, não é bem comédia, ao menos que a achemos patética, não é história porque quase tudo que mostra acaba sumindo sem maior consequência, e a figura melhor é, por definição, coincidência, uma atriz britânica conhecida na televisão local chamada Olivia Colman que ameaça absurdamente ganhar o prêmio maior (quando tem tanta gente boa concorrendo!) .

Há um resumo do filme para quem não conseguir segui-lo direito: “No começo do século 18, a Inglaterra está em guerra com a França (mas mal se dá para entender nos diálogos!). No entanto, se alimentam de patos e frutas. A rainha Anne é muito frágil com doenças, mas ocupa o cargo com a ajuda da amiga Lady Sarah (Rachel Weisz). Quando chega uma nova servente Abigail (Emma Stone), esta tenta ser próxima da rainha para o ciúme da outra, com a pressão de alguns oficiais”. Pouca coisa, porém, dá certo ou interessa.