Este foi o filme japonês que inesperadamente ganhou a Palma de Ouro no Festival de Cannes de 2018, depois de muitos anos de exibição de seus trabalhos justamente nesse festival famoso. Eu passei a conhecer o trabalho do diretor pelas mãos de Leon Cakoff, da Mostra Internacional de São Paulo e também sua mulher Renata, o que me levou a assistir quase todos seus trabalhos, muito pessoais, em geral com um toque humano e social, todos agradáveis de ver. Estranhei desta vez ele contar uma história mais triste e menos original. É a situação de um velho oriental que chama uma garotinha japonesa para ficar com família deles, todos malandros, mas não mal sujeitos, que vivem de roubar supermercados e dar truques que ajudam todos a sobreviver. O que poderia ser uma comedia dramática social e com figuras curiosas e bem humanas. Mas acaba sendo previsível e sem maior impacto, no que me parece o filme mais fraco do diretor. Acontece que ele com frequência é comparado com Ozu, especialista em dramas humanistas, com o tema de pais e filhos, melancólico e sensível. Quase todos foram exibidos no brasil como Depois da Vida, 98, A Luz da Vida, 95, Andando, 2004, num total de 24 longa metragens. Mas não deixei de me decepcionar.