Crítica sobre o filme "Um Dia":

Rubens Ewald Filho
Um Dia Por Rubens Ewald Filho
| Data: 24/10/2018

Não sei se vocês compartilham meu sentimento. Há filmes difíceis, lentos, amargos, discretos, que não tem leveza ou válvula de escape. E logicamente não são norte-americanos nem musicais! Barra pesada sim e por isso nem sempre são descobertos. Eu confesso que eu lutei contra o cansaço e até uma possível sonolência ao assistir este raro filme húngaro que conforme o próprio titulo afirma: Um Dia! E tão delicado que só poderia ter sido dirigido por uma mulher Zsófia Szilagy. Que antes era assistente de direção e tinha feito apenas documentários (e poucos). Este aqui lhe deu o premio da Semana da Crítica de Cannes, este ano mesmo. Basicamente é muito simples, a ponto de incomodar. Como explica a sinopse: Anna, mãe de três filhos, está sempre correndo: do trabalho para o berçário, a escola, o balé, a aula de esgrima. Como se não bastasse, suspeita que está sendo traída pelo marido. Seus problemas são bastante comuns, mas Anna simplesmente não tem tempo para parar e refletir sobre eles, que se acumulam continuamente, ameaçando esmagá-la. Ela precisa ter muita energia para seguir em frente. Ou seja, um retrato de mulher, muito duro, muito real, nada leve ou comercial. Claro é que justamente aí que esta sua sensibilidade e revelação.