Crítica sobre o filme "Nasce uma Estrela":

Rubens Ewald Filho
Nasce uma Estrela Por Rubens Ewald Filho
| Data: 11/10/2018

Já houve outros cinco filmes clássicos sobre o mesmo tema de “nasce uma estrela” e praticamente todos eles são do primeiro time, em particular quando estrelados por Judy Garland e Barbra Streisand (ainda mais quando empoderadas por ótimas trilhas musicais). Por isso, que foi muito arriscado e corajoso o projeto levado adiante por Bradley Cooper (que a maior parte das pessoas achava que era apenas um coadjuvante competente, justificado por ter sido indicado algumas vezes ao Oscar, na verdade duas por Sniper Americano, 14 (ator coadjuvante e filme), outras Trapaça , 14 (coadjuvante) e O Lado Bom da Vida, 13. É muito possível que desta vez leve até o prêmio graças a esta estupenda e inesperada criação . É visível que ele fez grande esforço com o personagem de Jack, um cantor pop/rock viciado em drogas e alcoolismo que tem uma certa redenção quando vem a conhecer uma jovem aspirante a cantora Ally (primeiro grande papel estrelar da notável cantora Lady Gaga).

Logicamente eu vi as versões anteriores que são na verdade reflexos bem interessantes de diferentes épocas, partindo de um fato real, houve sim a historia de um ator mal sucedido que em desespero prefere se matar numa praia, mas este filme consegue o caso raro de reapresentar uma sequência de premiação de um prêmio Oscar (no caso do filme de Judy, era James Mason, que lhe dava um tapa meio por acaso, neste novo filme é uma situação semelhante quando Ally vai ganhar um prêmio musical tentando controlar o marido fora de si!). Mas fora disso, a situação é mais contemporânea, a trilha musical é pop rock, e é preciso ser justo com a agora finalmente estrela Lady Gaga.

Na verdade, comecei a conhecê-la nos desfiles de fantasia que fazia na entrada de premiações e aos poucos foi vencendo o bizarro para se estabelecer como uma excelente cantora de bela figura. Confesso que fiquei chocado quando descobri o fato de que ela sofre da chamada Fibromialgia (sofre de dores pelo corpo todos ao que parece sem solução). Ainda assim acompanhei diversos shows dela (como o com Tony Bennett), fiquei chocado quando foi indicada, mas não ganhou o Oscar de canção por uma notável canção em 2016, com Dianne Warren, chamada The Hunting Ground, Til it Happens to You (denúncia do estupro!) e ainda assim observei com admiração a discrição e verdade como quem canta tão bem e interpreta com absoluto brilhantismo.

Talvez o filme não seja totalmente perfeito, porque se constitui uma história muito forte, pesada mesmo, senti certa semelhança com outra história de rock que me tocou na época que foi Bette Midler em A Rosa em 1980, indicada também ao Oscar fazendo o papel disfarçado de Janis Joplin, de forma igualmente esplêndida. Mas aqui é em uma dupla o que torna os fatos ainda mais dramáticos. Não é uma simples love story. Mas pensando bem os outros filmes homônimos também não eram nada leves, talvez os tempos atuais é que tenham se tornado mais trágicos.

Neste ano de estreias tão fracas e poucos filmes que parecem merecer maior destaque (e a Academia dá piores sinais de estar perdida em suas ações!) este novo Nasce uma Estrela me tocou muito.