Crítica sobre o filme "Venom":

Rubens Ewald Filho
Venom Por Rubens Ewald Filho
| Data: 04/10/2018

Este seria o momento adequado para cessar a recessão, que atingiu o público brasileiro atormentado pelos absurdos da eleição e seus mistérios, e assim introduzir dois filmes quase simultâneos que tem um forte potencial de sucesso, que será na próxima semana, o drama musical Nasce uma Estrela (já muito bem recebido pela nossa imprensa e com chance de ser indicado ao Oscar) e já agora este misterioso Venom que não foi muito ou quase nada recebido com simpatia pela imprensa americana, principalmente porque cometeu o erro de usar como frase para divulgar o filme, uma frase que diz “o Mundo já tem o suficiente de Superheróis”. Aproveitaram também negativamente o fato do filme ser da Marvel e estar provocando repercussões negativas (teve gente nos EUA que achou que Tom Hardy, o protagonista, lembra o famigerado produtor condenado Harvey Weinstein!). A Hollywod Reporter chegou a dizer que sOmente nos 71 minutos de projeção é que chega um momento mais chocante em diversos sentidos. Implicaram inclusive com a presença de Michelle Williams, que normalmente faz papeis dramáticos em filmes de arte (e chegaram a criticar o antigo Sam Raimi do Spider Man isso 11 anos depois!). Acham isso mais sério ainda é próximo a quando a Marvel expandiu seu universo após Black Panther, como se fosse um resultado secundário do gênero. Mesmo sendo o que eles chamam de “origin story” (conta a história de um surgimento de um super herói). E isso ressoa falso.

A história começa com uma nave espacial sem origem, que caiu na Malásia traz uma praga com um gosma esquisita e acaba por provocar um jornalista de San Francisco Eddie Brock, ou seja Hardy, que é despedido da TV local por ofender um magnata Carlton (Riz) durante uma entrevista. O ator britânico tem uma boa reputação de fazer papeis interessantes, mas funciona menos aqui, nem mesmo quando é noivo de Anne (Michelle). Nem quando entra em cena outra mulher (Jenny Slate) que a imprensa americana achou que deveria ser mais bem resolvida. O problema mesmo é que a fórmula Marvel continua a de sempre envolvendo um gênio criador de dupla identidade e não consegue convencer. Como seria de se esperar Eddie fica infectado com um alter ego que conversa muito com ele mesmo. Também não ajuda muito o fato do diretor ser um tal Ruben Fleischer (1974, de Washington, e que fez filmes nada memoráveis como Zumbilândia, Caça aos Gângsteres, Muito ou Menos). Por que o chamaram é um mistério que vai ainda custar caro! E embora a aventura possa render algum dinheiro num primeiro momento tem pouco humor (a cena de Stan Lee é mais longa que em geral, o resto rotineiro). Mas hoje em dia tudo é possível, saiu hoje por exemplo na imprensa americana que a campanha contra os filmes de Star Wars foi organizada pelos russos!

Para não ser do contra, procurei algumas outras críticas americanas e também de fãs, eis o resultado: do The Wrap, por exemplo, foi o filho do ator Hardy quem convenceu o pai a fazer o personagem, que desconhecia! (adivinhem a crise familiar que vem ai eheh). Family Nation: Venon é realmente ruim mas insanamente divertido! De fãs-Mediocre, trama mal resolvida. O problema é a Sony, que insistiu em manter a censura a PG-13, ou seja, para menores de idade. Não é ruim, mas é chato. Ignore os críticos. Uma confusão total. Não é o tipo de coisa que eu gosto. It´s OK.

Agora minha opinião pessoal: Aceitei a sequência tradicional onde se vê o mestre Stan Lee na sua tradicional aparição, mas me aborreci em passar um tempo enorme esperando a chamada final, que era apenas um trailer fotogênico da animação/desenho do Homem Aranha! (nem por isso, precisa ter fôlego para ver em cena uma aventura desse gênero!). Ah, tem ainda outra chamada para o futuro quando há uma ameaça de um futuro bandido vivido por Woody Harrelson com seu jeitão de sempre! Mas em geral o filme me decepcionou muito. Custa muito até a trama tomar jeito se perdendo um tempo enorme com as pseudo piadas de Tom Hardy, que nunca esteve tão forçado e sem graça. Na verdade, O elenco de apoio é uma vergonha atroz, gente feia, mal fotografada, canastrona, que só melhora um pouquinho quando finalmente entra em cena o tal de Venom. Mas mesmo assim tudo parece já visto sem merecer os 100 milhões do orçamento.