Crítica sobre o filme "Noite de 12 Anos, Uma":

Rubens Ewald Filho
Noite de 12 Anos, Uma Por Rubens Ewald Filho
| Data: 03/10/2018

Em 1973, o Uruguai foi governado por uma ditadura militar. Numa Noite de outono, 3 tupamaros são aprisionados e levados para a cadeia numa operação militar secreta. Nada será possível de se registrar ou falar com ou sobre eles. A ordem é precisa e exigente: como não podemos matá-los, vamos então levá-los à loucura. Os três homens serão obrigados a ficarem por 12 anos inteiramente solitárias. Esta é a história desde filme triste e difícil do diretor Álvaro Brechner. Uma história séria e bem produzida, o Uruguai é um país muito pequeno com poucos recursos e menos ainda dinheiro para financiar produções caras, ainda por cima revelando tramas perigosas contra o governo ditatorial.

No elenco, Antonio de La Torre, Chino Darin (filho do ator mais famoso no momento na Argentina, Ricardo Darin), Alfonso Tort, Cesar Troncoso (apesar de suai latinidade ele é hoje o mais famoso ator latino, tendo participado de novelas e filmes brasileiros, muitas vezes premiado), Soledado Villamil (também cantora e celebre atriz dramática), Silvia Cruz, Mirella Pascal, Nidia Telles. O diretor e roteirista Alvaro Brechner uruguaio mas que vive em Madrid, fez antes em 2009 “Bad Day to Go Fishing” e em 2014’s “Mr. Kaplan,” ambos uruguaios e indicados para o Oscar. Um fato curioso, Jose Pepe Mujica, um dos prisioneiros, ficou confinado por 12 anos, mas ainda assim chegou a ser presidente do Uruguai. Por isso o diretor classifica o filme como a história de sobrevivência e um thriller existencial. Um elogio ao espírito humano num filme que levou quatro anos em produção. Muito elogiado pela crítica estrangeira, tenham em conta que é um filme difícil e dramático, não mera diversão.