Crítica sobre o filme "Retorno do Herói, O":

Rubens Ewald Filho
Retorno do Herói, O Por Rubens Ewald Filho
| Data: 26/09/2018

Não tem sido uma boa temporada para os filmes franceses mas aqui está uma exceção, uma comédia aventura simpática e divertida, que vem justificada pela presença do astro mais famoso da França nos últimos anos, que é Jean Dujardin! Não chego a ser um grande admirador do ator-humorista e acho que foi um absurdo e exagero o premiarem em Cannes e principalmente no Oscar, Bafta e Globo de Ouro, quando ele ganhou o prêmio de melhor ator (por O Artista, 2012, uma simpática comédia musical em preto e branco homenageando o cinema no estilo Cantando na Chuva). Na verdade, ele tem um estilo particular que não pegou por aqui. Seu personagem que fez sucesso mais na França foi com Brice, o Surfista Muito Louco (2005) e O Agente 117 uma Aventura no Cairo (06), seguido por Agente 117 Rio Não Responde Mais (sim o de Rio de Janeiro!) e o Lucky Luke (09). Só que desta vez não trabalhou com o diretor e amigo que o revelou (que foi James Huth, mas aqui substituído pelo mais notável Laurent Tirard que fez algumas comédias notáveis como Molière, 07, O Pequeno Nicolau e As Férias do Pequeno Nicolau, ambas comédias notáveis sobre crianças, Um amor a Altura (16), também com o mesmo astro.

Desta vez, o humor é mais sofisticado e se passa em 1909 na França, quando o capitão Neuville é chamado para o front de guerra deixando atrás de coração partido sua noiva. A irmã dela resolve lhe escrever cartas para animá-lo mas tudo se complica quando Neuville reaparece (adivinhe o que faz lembrar? Cyrano de Bergerac feito com Steve Martin em Roxanne). Ele acabou se tornando um vagabundo porque desertou seu regimento, mas assume o personagem que a moça criou. Tudo feito com o tradicional bom gosto de época dos franceses, seu humor sofisticado e muito divertido. Neste momento em que há uma crise nas salas de cinema, este merece ser a exceção. Uma recomendada diversão de época.