Crítica sobre o filme "Homem Perfeito, O":

Rubens Ewald Filho
Homem Perfeito, O Por Rubens Ewald Filho
| Data: 26/09/2018

Preparem-se para uma boa surpresa. Uma comédia que não é chanchada, que não se perde em exageros e abusos. Muito bem interpretada, em particular por Luana Piovani, que retorna em plena forma, dominando com seu charme e encanto todo o projeto (quem dirige é Marcus Baldini, até agora mais lembrado como realizador de Bruna Surfistinha). Utilizando um elenco pequeno que não cai em exageros, é basicamente um show para Luana que é uma escritora especializada em escrever biografias de gente famosa, que ela transformava a seu bel prazer, naturalmente tornando tudo bem mais interessante. O problema é que já há algum tempo mantém um romance com um escritor de quadrinhos, cultuado por um pequeno grupo de fãs, mas incapaz de dividir as despesas da casa (quem faz o papel é Marco Luque, até agora mais conhecido como humorista de stand up e que consegue aqui criar uma figura diferente, mas também divertida e original. Na medida certa).

Aliás, talvez a maior qualidade desta comédia, fora o tom equilibrado de todas as sequências, é o permanente sorriso que provoca no espectador. Luana está cansada dos truques do companheiro, mas de certa maneira ainda gosta dele e isso acaba num conflito, justamente quando surge um novo candidato a biografado, um cantor roqueiro famoso e temos aí outro acerto, com a interpretação sobre medida de Sergio Guizé (que eu conheci quando começou no grupo do Satyros, para depois evoluir para competente comediante). E consegue aqui fazer uma parceria com Luana, muito divertida e na medida certa. Há um outro detalhe importante, que é a presença de uma jovem bailarina (feita com charme e beleza por Juliana Paiva) que Luque trocou por Luana. E o que mais me deixou curioso, é o fato de que o elenco é compacto, pequeno, todo mundo funcionando na hora certa, sem exagero ou caricatura.

É muito raro encontrarmos uma comédia de classe bem produzida como esta. Experimente.