Crítica sobre o filme "Ferrugem":

Rubens Ewald Filho
Ferrugem Por Rubens Ewald Filho
| Data: 30/08/2018

Premiado em Gramado este ano como melhor filme, roteiro do diretor Aly Muritiba e Jessica Candal, melhor Som. Ganhou no Seattle International Film Festival e participou de Sundance.Também teve três prêmios com este filme no Festival de San Sebastian.

Este promete ser o filme que deve consagrar um cineasta curitibano que fez muitos trabalhos (inclusive dirigindo o Festival internacional de cinema de sua cidade), mas ainda não era muito conhecido por aqui. Nascido em 1979, formado em História e Cinema, dirigiu nove filmes (Patio ganhou melhor curta no It´s All True e passou em Cannes e San Sebastian, 2013). Seu primeiro longa, Para Minha Amada Morta, foi premiado em Cannes, visto em Sundance e San Sebastian, e também realizou séries de TV. Porém encontrou seu lugar agora com Gramado onde o júri consagrou este filme que era ainda pouco conhecido sobre adolescentes e seus amores modernos, influenciados por celulares, onde nascem os primeiros romances e as primeiras tragédias. Num filme que fala sobre os adolescentes mas não tenho certeza que irá atraí-los para as salas. O que será um erro se o ignorarem. Claro que retrata o comportamento atual deles de forma sincera e reveladora, no que é basicamente o encontro entre Tatiana (Tifanny) que se interessa por um colega Renet (Giovanni). Mas o recurso mais curioso é quando o diretor divide a ação em duas partes, a primeira com a autodestruição da garota provocada por algumas cenas eróticas e seu dilema de não saber quem provocou esse atrevimento. Não quero expandir demais a história ate porque iria estragar um filme muito bem realizado, sincero e oportuno. No melhor sentido da palavra e que já consagra o realizador para um lugar importante nesta nova geração.