Crítica sobre o filme "Protetor 2, O":

Rubens Ewald Filho
Protetor 2, O Por Rubens Ewald Filho
| Data: 16/08/2018

Cada vez mais sou admirador de Denzel Washington, um ator discreto, sóbrio, mas que nem por isso deixa de passar no rosto todas as emoções de seu personagem justiceiro e até violento. Na verdade, achei o filme anterior da mesma equipe um pouco forte demais na pegada de violência e uma jovem prostituta. Acho também que o diretor amigo de Denzel, o Fuqua, nunca foi premiado para nada e, portanto, não foi reconhecido com o diretor competente que foi crescendo cada vez mais. Sem exagerar demasiado, o filme optou por outra saída, conta a história sem pressa, apresentando os personagens, sendo que de repente há uma explosão de violência e momentos muito fortes de ação. Muito bem feitos, mas estranhamente eles são interrompidos, como se fosse planejado especialmente. E o espectador percebe isso! Ou seja, um tempo de conversa, a suspeita aumentando e de repente a luta da pesada, de socos ou armas.

Podemos dizer que o filme é muito bem feito, mas podemos também reclamar que por vezes excede um pouco o gosto da gente. Mas embarquei muito forte no filme, suportando mesmo uma sequência discutível (digo até bem longa, que é o vizinho do herói, Denzel, que tenta dar lição de vida para um rapaz negro que está enveredando pela bandidagem, mas que está sendo seduzido para pintar um retrato no exterior do prédio. Ou seja, no caminho certo). Estou fugindo do ponto mais fraco do filme, que não é a participação talvez pequena demais da premiada com o Oscar, Melissa Leo, de uma forma que muda os rumos da trama, mas o descuido maior do roteiro é, uma sequência longa feita num lugar à beira mar, com casario de férias onde esta acontecendo uma violento furacão (alguns detalhes são exagerados e infelizmente naquela altura qualquer um já teria percebido quem é o maior bandido de todos). Uma falha grave que prejudica o filme, qualquer bobinho mata a charada.