Apesar de ter sido co-produzida (com crédito solo na tela) pela atriz Shailene Woodley, que tem um tipo de figura e personalidade adequada a este projeto, esta história real teve até um resultado bastante razoável de bilheteria, mas nem tanto da crítica americana. Esperava-se mais do trabalho do diretor Komakur porque ele é islandês e portanto experiente em coisas do mar. Assim o IMDB anuncia como tendo passado aqui alguns filmes que desconheço como O Mar (2002), A Fraude (05), Tráfico de Orgãos, 10, ou são banais como Sobrevivente, 12, Contrabando, 12 , Dose Dupla, 13, com Denzel Washington e Mark Wahlberg e o recente Evereste (15) com Jason Clarke.
O fato é que a história real nada traz de novo ou fora do comum, dentre outros diversos filmes de naufrágio em navios pequenos cujos aventureiros padecem fadados ao fracasso. No caso especifico, é uma jovem americana Tami que largou tudo para sair pelos mares a fora, e que encontra em Richard (Claflin) o que parece ser o companheiro ideal. Os dois saem numa viagem oceano afora, sem imaginar que seriam vitimas de um tremendo furacão. Depois da tempestade, Tami se vê sozinha no barco já avariado. Consegue encontrar Richard boiando num barco menor e trazê-lo para bordo. Mas está ferido demais e não aparece qualquer ajuda. A tragédia está destinada a tragédia...
Rodado basicamente em Fiji, Suva, Rarikari, custou 36 milhões de dólares, quantia que até agora ainda não conseguiu ser compensada (o máximo foi 46 milhões locais). Não acho que haja tampouco maior empatia no casal central, Shailene (que foi indicada ao Globo de Ouro por Little Big Lies e The Descendants/ Os Descendentes, 11) tem um toque Jodie Foster que dá lhe controle da ação. Não se pode dizer o mesmo do ator britânico Claflin que já acertou antes em Jogos Vorazes, Como Eu Era Antes de Você, Minha Prima Raquel, e principalmente o ainda inédito A Última Jornada, um excelente trabalho como oficial britânico da Primeira guerra Mundial! Ou seja, é bom ator, as cenas no filme que não ajudam.
Mediocremente construído, o roteiro é irregular e não consegue nem mesmo impactar com essa grande história de amor. Algumas curiosidades: noventa por cento do filme foi rodado no mar, 12 horas por dia. E com todo mundo envolvido vomitando! O livro original que inspirou o filme se chama Red Sky in the Morning, the True Story of Love, Loss, and Survival at Sea (Céu Vermelho de Manhã, a historia real de amor, perda e sobrevivência no mar). Um detalhe um pouco decepcionante: na vida real Richard Sharp morreu no furacão sendo que o navio virou e quando a moça voltou ao sentidos, ele já tinha ido. Sobreviveram de manteiga de amendoim e navegou por sextante. Depois de 41 dias, finalmente chegou a Hilo, Havaí, 1.500 milhas de distância de onde partiram.