Crítica sobre o filme "Aparição, A":

Rubens Ewald Filho
Aparição, A Por Rubens Ewald Filho
| Data: 08/08/2018

Gosto do veterano ator e ocasional diretor Vincent Lindon, que sempre faz personagens interessantes vivendo conflitos humanos e originais. Também o diretor Giannelli fez uma simpática biografia musical de Marguerite (antes que Meryl Streep fizesse a versão americana) e um mais antigo Quando Estou Amando. Mas aqui ele chegou ao abuso, realizou um filme que poderia ser interessante no que acaba se tornando um interminável e cansativo drama religioso que se soluciona de uma maneira banal e evidente. Começa com Lindon que é um jornalista famoso que trabalha num front de guerra (e com problemas de ouvido, que no final das contas não tem qualquer consequência) e está em crise porque seu melhor amigo e parceiro morreu no conflito. Mais ou menos como descanso ele aceita um convite de um nome importante da Igreja Católica que deseja sua opinião (ou seja, deverá ir ate o interior do país, num lugar de montanhas e turistas) para checar e verificar o caso de uma moça muito jovem que é considerada uma santa milagrosa. Um caso que talvez tivesse impacto maior repercussão há 50 anos atrás ou então mais anterior ainda com Nossa Senhora de Lourdes, com Bernadette, aquela da Canção de.

A mocinha que faz o papal é Galatea, de olhos grandes e sinceros, mas que não tem qualquer carisma de santa, a tal ponto que o filme fica no óbvio. Ela se deixa estudar com os que estão estudando o caso, mas eles só dizem pataquadas até que a moça de maneira obvia acaba revelando o que vem a ser uma trama pouco dramática passada em outros países árabes e outras personagens que não ajudam muito. Ou seja, se alguém espera algum escândalo ou grande conflito, esqueça que o filme é por demais arrastado e embora Lindon tenha boa vontade. Nada ajuda. Nem convence. Descartável.