Embora o Festival Varilux já esteja prestes a acontecer no próximo mês, fica sempre a lição para o espectador comum, nem todo filme é bom, melhor dizendo o número de filmes franceses acima da média baixou muito desde os tempos de Nouvelle Vague e aí esta o Festival de Cannes para demonstrar isso. A maior parte deles são aborrecidos, com atores desconhecidos e irregulares (não se esqueçam que a França tem uma espécie de Ministério especial para divulgar os filmes locais para o resto do mundo). Eles têm, porém, uma curiosidade considerando como os franceses e por extensão muitos europeus são racistas. Mesmo assim há gente fazendo historias sobre comunidades de imigrantes, como é o caso deste aqui.
O título brasileiro do filme vem de Château D´Eau, uma estação de Metrô perto da Gare de L´Est em Paris, onde vive uma grande comunidade africana. Conta a história de Charles (Jacky), irmão do diretor do mesmo sobrenome e que trabalhou também no filme de Tarantino, Bastardos Inglórios. Aqui ganha a vida parando pessoas na rua e convencendo eles a visitar o cabeleireiro e salão de beleza, usando todos os truques possíveis. Seu sonho porém é ser dono de sua própria barbearia e já sabe até qual. Pertence a um poeta Kurdan enquanto nosso herói tenta ser o mais bem vestido de todos os vigaristas. A graça estaria no grupo de emigrantes exóticos e ilegais que vivem na região.
Normalmente filmes com essa história são dramáticos e até trágicos e este aqui pretende denunciar problemas, tomar posições políticas, mas sempre com certo humor e também assumindo um tom de humor, como disseram os franceses, um “dramedy”, uma comédia de erros.