Foi um inesperado sucesso esta comédia-policial (se preferirem descrevê-la assim) que tinha orçamento de 37 milhões de dólares e já rendeu mais de 68 milhões e no exterior, 114 milhões! Nada mal para o trabalho de uma dupla praticamente desconhecida, Daley é ator (fez na Broadway, The Who´s Tommy, as séries Bones, Freaks and Geeks) e trabalhou antes com o parceiro de direção em Férias Frustradas (Vacation, 15 com Ed Helms e Christina Applegate). Goldstein fez os mesmos filmes que ele mas é mais produtor e roteirista, tendo escritor Homem Aranha de volta ao Lar, Quero Matar meu Chefe, Tá Chovendo Hamburger etc. Um detalhe: Bateman estava planejando dirigir este filme mas os autores exigiram fazer uma revisão no script. Reparem como o filme faz referências a Tarantino (Pulp Fiction, Django e certos movimentos de câmera). Foi rodado como quase todos os filmes recentes em Atlanta.
A primeira coisa que impressiona é o ritmo e velocidade das sequências iniciais eletrizantes quando o casal central se conhece, ambos viciados em toda sorte de games e se apaixonam e se casam. Será que isso vai continuar assim? A primeira surpresa é descobrir que Rachel, que eu passei a valorizar de pouco tempo para cá, já tem 40 anos! Em plena forma. E a primeira crise é quando o marido tem dificuldade de gerar um filho! Quem entra em cena é um dos vilões favoritos do momento, Jesse Plemons de Fargo, Breaking Bad, Black Mirror (e faz o vizinho). Outra surpresa, o veterano de séries de TV Kyle Chandler, entra fazendo o irmão de Bateman, com inesperada postura de comédia. O ritmo narrativo não cessa quando aos 21 minutos se anuncia o “murder mistery”, um jogo de assassinato. Entra em cena, sem crédito nos letreiros o ator Jeffrey Wright que se apresenta como sendo do FBI mas logo a seguir o lugar, a casa de Chandler é invadida por dois mascarados que começam a bater nele! E eles vão demorar a descobrir que não é brincadeira, é para valer!
Acho que já é um resumo suficiente para perceber que este não é um thriller de comédia igual aos outros, mas uma boa surpresa (ao menos não me lembro de outro filme tratando da mesma temática e com tantas saídas divertidas, com tiros e socos, mas que não matam muita gente!). Esperto e engraçado, o filme faz é uma diversão muito boa que funciona até mesmo nos letreiros finais, com citações curiosas e uma música pop clássica (Dime Quando Quando Quando...) numa trilha musical oportuna. Divirta-se!