Crítica sobre o filme "Exorcismos e Demônios":

Rubens Ewald Filho
Exorcismos e Demônios Por Rubens Ewald Filho
| Data: 19/04/2018

Para quem está buscando um filme de terror e suspense eu prefiro indicar o thriller que mais me tocou este ano, que é sem nenhuma surpresa, Um Lugar Silencioso (tenho tentado ver os filmes anteriores dele como diretor e até agora só provam seu inesperado talento). A verdade é que fica cada vez mais difícil tolerar outra historia de possessão demoníaca, assunto que há mais de 40 anos vimos assistindo sem maiores novidades. Este aqui pelo menos tem a presença de um diretor europeu, Xavier Gens (1975, nascido em Dunquerque, hoje famosa pelo filme!), que até hoje só foi premiado no Festival de Cognac, com Au Petit Matan (06). Mas tem sido muito ativo, tanto que depois deste aqui já tem dois outros filmes prontos (Cold Skin, 17 com Ray Stevenson e Aura Garrido e Budapest, 18, com Manu Payet e Jonathan Cohen e que para variar bastante é uma comédia!). Além disso, o Sr. Gens fez outros filmes de ação, como O Abrigo (The Divide, 11), o badalado mas medíocre Hitman, Assassino 47, 07, produção americana com Timothy Olyphant e A Fronteira, 07.

Embora não goste muito de fazer resumos de sinopse, no caso acho melhor lidar com isso:  em 2004, a repórter do jornal The New York Sentinel, Nicole Rawlins,consegue que seu editor a mande para a Romênia para cobrir a historia da Irmã Adelina Marinescu, uma freira que morreu depois de ser crucificada durante um exorcismo realizada pelo Padre Dumitru. Ela viaja até a cidadezinha de Tanacu onde começa a investigar o caso. Inclusive o padre que está na cadeia. Quando pensa que não há fenômenos espirituais tudo muda de figura. Francamente você viria um filme com um resumo desses?

Acho divertido explicar que ele filme foi escrito pela mesma dupla, Carey W. & Chad Hayes que também roteirizaram Invocação do Mal (The Conjuring, 13) e sua continuação Invocação do Mal 2 (The Conjuring 2, 2016) e ambos ao menos tinham uma boa dupla de atores Patrick Wilson e Vera Farmiga. E que, segundo as más línguas, eles vem de uma família batista e tudo que fazem está repleto de trechos da Bíblia. Mas aqui estavam fora de forma. O elenco é uma mistura de países (o protagonista é americano, Sophie é britânica) e a maior curiosidade é que em vez de padres católicos, os envolvidos aqui são da Igreja ortodoxa mas isso não muda grande coisa. O filme lançado na Europa foi considerado dos piores do gênero, dos mais aborrecidos e infelizes. Até os que gostavam do diretor Xavier foram irredutíveis. Sei que os fãs do gênero não ligam para criticas, mas não há como perdoar.