Crítica sobre o filme "Severina":

Rubens Ewald Filho
Severina Por Rubens Ewald Filho
| Data: 13/04/2018

Classificado como comédia romântica, é bom avisar que não se trata de uma desvairada chanchada que poderia fazer fortunas nas salas de cinema. Este é um daqueles filmes que é preciso que existam. Uma história passada basicamente no Uruguai, Montevidéo, que foi realizada por um artista, ocasional diretor, que fez muitas experiências na companhia Ultralíricos, ou seja veio do teatro e fez antes um primeiro filme pouco conhecido chamado Insolação, 09, mais curioso que bem sucedido que chegou a passar no Festival de Veneza. Também fez experiências para o Frankfurter Buchmesse, onde foi Convidado de Honra, com um quebra cabeça em teratologia. Em 2016, estendeu o Projeto com Tragédia e Comédia Latino Americana. Este Severina vem a ser segundo filme com elenco de diversos países. Ele participou do Festival de Locarno, e teve menção do júri noutro Festival, o de Milan African Film Festival de 2018.

O resumo oficial ajuda a entender. É sobre um escritor melancólico que aspira ao sucesso, que fica intrigado com sua nova musa, uma moça que rouba livros de sua loja. Depois descobre que ela faz o mesmo em outras livrarias também e isso o deixa consumido pelo ciúme. Começa então a viver numa espécie de delírio entre ficção e realidade, mas quanto mais se aproxima dela, mais indescritível ela vem a ser. Por que será que ela rouba? Quem é homem mais velho que vive com ela? Será esta história real ou apócrifa? Será que os dois vão ficar juntos?

Não deixa de ser antiquado, mas interessante o fato de que a história se passa numa livraria a maneira antiga, hoje tão próximo de acabarem. E será que histórias de comédia românticas não ficaram fora de moda? Falado em espanhol, nem por isso deixa de ser um filme brasileiro, que não evita a nostalgia de um tempo que esta se acabando. Nos Festivais internacionais de que participou, Hirsch conseguiu conquistar um público que aprecia ainda esse tipo de romantismo melancólico (dividido em prólogo, capítulos etc.) ainda com referencia a Nouvelle Vague, citações de Jorge Luis Borges e ainda por cima dedicado ao falecido cineasta, Hector Babenco, que como o filme tem dupla nacionalidade, argentino e brasileiro.