Crítica sobre o filme "Antes que Tudo Desapareça":

Rubens Ewald Filho
Antes que Tudo Desapareça Por Rubens Ewald Filho
| Data: 13/04/2018

Como a maior parte dos fãs do cinema japonês deve saber, este Kurosawa nada tem a ver de parentesco com o grande e falecido Akira. Ele realizou filmes como Sonata de Tóquio, 08, e A Cura, 97, além de vários outros exibidos por aqui (os mais recentes foram O Segredo da Camara Escura, Para o Outro lado, O Sétimo Código, Crimes Obscuros). Por outro lado, ele faz muitos filmes (48 créditos, incluindo telefilmes) e tem certo prestígio com o Festival de Cannes (este filme aqui esteve no Um Certain Regard, mostra paralela de Cannes ano passado e o autor teve já sete indicações e prêmios também com Korei, da crítica em 2000, além de Tokyo Sonata, Kishibe no Tabi/Para o Outro Lado, 15 que foi premiado como melhor diretor).

Ainda assim este Kurosawa não tem uma consagração internacional talvez por sua paixão pela violência e seu senso de humor que não é para todo mundo. Aqui, é tudo resumido como a história de três alienígenas que viajam para a Terra preparando para uma invasão em massa, tomando posse de corpos humanos. Como se sabe que o Japão é obcecado desde Hiroshima com tramas de terror atômico e coisas semelhantes, o interessante aqui é justamente o humor que pode transformá-lo em Cult. Terror e histórias de detetive são marca registrada do realizador. Aqui já começa com uma sequência violenta com uma mulher mutilada, uma jovem estudante que procura fugir de um caminhão. Narumi leva o marido para testes num médico porque ele ficou estranho e desorientado, talvez com doença mental, ate que descobrimos que o corpo e a mente dele foram tomados por alienígenas (um deles está com a garota do começo). Tem gente que acha o filme confuso e excêntrico, e com ausência de suspense, e o estilo pós-moderno do diretor. Além de sua longa metragem. Outros com certeza vão curtir.