Crítica sobre o filme "Espécie de Família, Uma":

Rubens Ewald Filho
Espécie de Família, Uma Por Rubens Ewald Filho
| Data: 08/03/2018

O Diretor Diego Lerman apresentou este filme na Mostra de São Paulo e tem uma carreira longa que inclui Nós, Eles e Eu, 16, Minha Amiga do Parque, 18, Refugiado, O Olhar Invisível, 12, etc. Curiosamente seu trabalho atual não tem muito do cinema argentino, seus roteiros inteligentes e seu senso de humor. É outro drama daqueles que os europeus gostam que tem mau habito de perseguir seus protagonistas, com a câmera caçadora atrás deles, sem a menor necessidade ou acréscimo de densidade ou drama ou a rara comédia.

Ele não precisava desse velho truque para contar a história complicada (até porque alguns detalhes são guardados para a parte final do filme). Apesar de curto e difícil de seguir, nem sempre o filme convence porque não explicam para a gente que a história se na província de Missiones perto do Brasil, e por sinal onde teria sido muito mais fácil conseguir a criança dos sonhos da heroína (não apenas no Brasil, ate mesmo em Buenos Aires, mas para ficar dramático inventaram tudo se passar nessa região mas sem nunca mostrar seu lado belo!).

A protagonista Barbara Lennie apesar do nome é espanhola de Madrid, e fez papeis importantes (A Garota de Fogo, La Enfermidad del Domingo). Uma mulher interessante que assume um papel difícil. Quando sabe que o bebê que deseja adotar está passando por um parto difícil, ela tenta ajudar e se aproxima ainda mais de pessoas que aos poucos vamos sabendo são comerciantes dos partos. Como a mãe não quer a criança porque são pobres demais, a situação vai se complicando (não explicaram direito que tinha que pagar pela compra do bebê) que obriga o paciente marido a vir ajudá-la.

Na parte final até que acontecem algumas situações curiosas ainda que forçadas. Mas me parece muito que o filme tenha sido indicado a nove prêmios na Academia argentina e tenha ganho o prêmio do Júri no Festival de San Sebastian Espanha.