Crítica sobre o filme "Últimos Homens in Aleppo":

Rubens Ewald Filho
Últimos Homens in Aleppo Por Rubens Ewald Filho
| Data: 27/02/2018

Ganhou no Sundance (grande prêmio), Cinema Eye, Asia Pacific, Critic´s Choice, Barcelona, Edge Festival, Full Frame, Jihlava, Milleniu (5 prêmios), Ondas, Sarasota.

Vocês podem até dizer que isto já é história velha, que não interessa. Mas a verdade é que a situação na Síria hoje em dia é ainda pior do que há um ou dois anos atrás quando este filme indicado ao Oscar foi realizado. Mais ainda em Aleppo, a maior cidade da Síria, onde os ataques (agora também dos turcos) se tornaram ainda mais trágicos e letais. Mas ao mesmo tempo com tanta tragédia no mundo inteiro, a de lá já se tornou história antiga e portanto sem grande interesse. Se isso é possível numa cidade praticamente toda destruída, em grande parte por causa do Presidente Bashar Al-Assad que destruiu com bombas as estruturas e os residentes do lugar. E matou os que não fugiram ou queriam resistir. Ajudado pelos russos, no fim de 2016, os rebeldes que viviam em Aleppo, tentaram resistir em vão. Mas o filme não é exatamente sobre eles, mas sobre os chamados White Helmets (Capacetes Brancos), que são oficialmente da Defesa Civil Síria, e que tentam ajudar as vítimas das bombas e ataques (eles já foram mostrados em outro filme de 2016 no caso curta, chamado justamente de The White Helmets. Sua missão básica é procurar sobreviventes e cavar nos destroços. Um trabalho heroico, cruel, triste, com muitas vítimas sendo bebês. Este documentário longo superpremiado (apesar de suas boas intenções até agora diretor do filme está impedido de ir participar da festa do Oscar por causa das atitudes do atual presidente Trump!).

O filme se fixa basicamente em Kahled e Mahmoud Khaled que trabalham nos salvamentos. O primeiro é um líder natural e tem três filhas pequenas (sua intenção é tira-las vivas de Aleppo, mas tem medo de ser pior num campo de refugiados, os avós estão a salvo na Turquia mas não estão sabendo dos problemas deles). Não vão comparar com filmes americanos de Guerra, sua natureza é ser um pouco repetitivo, já que a tragédia da vida deles já é uma coisa cotidiana e aparentemente sem solução. Tem grande chance de sair vencedor do Oscar. Mas e daí, alguma coisa vai mudar?